Uma parente de um dos passageiros do voo MH370 da Malaysia Airlines se desespera: equipe de médicos e psicólogos foi designada para acompanhar e atender os parentes (REUTERS/Jason Lee)
Da Redação
Publicado em 19 de março de 2014 às 13h27.
Pequim - O grupo de parentes dos passageiros chineses que estavam no voo MH370 - que desapareceu no último dia 8 - está reunido em um hotel em Pequim à espera de notícias e criou nesta quarta-feira uma comissão para transferir suas queixas pela falta de informações, além de ter anunciado a nomeação de um porta-voz para a imprensa.
"A comissão reunirá as opiniões de cada um dos parentes e expressaremos os pedidos comuns", explicou hoje um deles a um grupo de jornalistas.
Esgotados e angustiados após 11 dias de espera, os parentes se organizaram para falar com a imprensa no hotel Lido em Pequim, onde a Malaysia Airlines realizada reuniões diárias para fornecer informações sobre os avanços da investigação.
A reunião realizada hoje, da qual alguns meios de comunicação puderam participar, teve, como outros dias, momentos de grande tensão, como quando a familiar de um dos passageiros começou a gritar desesperada para os representantes da companhia aérea.
"Não sabem de nada! Onde estão nossos parentes?", indagou a mulher em meio a lágrimas.
Uma equipe de médicos e psicólogos foi designada para acompanhar e atender os parentes dos passageiros do voo desaparecido.
"A espera está demorando muito e nem o governo da Malásia nem a companhia aérea estão informando bem. Divulgam uma informação e depois a desmentem", se queixou hoje um cidadão chinês que aguarda notícias sobre seus pais que estavam a bordo da aeronave.
Alguns parentes ameaçaram ontem iniciar uma greve de fome até que responsáveis do governo da Malásia fossem até Pequim para fornecer informações detalhadas sobre a investigação, já que consideram que dados estão sendo ocultados.
"A companhia Malaysia Airlines esconde algo, na realidade eles sabem onde está o avião", denunciou um homem de cerca de 50 anos, que não conseguia conter as lágrimas.
"Não podemos continuar assim, nesta espera, deixando que o governo da Malásia nos trate como quiser", acrescentou.
Por outro lado, ele destacou sua conformidade em relação aos esforços do governo da China para encontrar o avião, no qual viajavam 239 pessoas, entre elas, 154 cidadãos chineses.
"Estamos satisfeitos com sua gestão, sobretudo com a realocação dos satélites e o envio de navios militares", afirmou.
Por meio de um cartaz pendurado na parede da sala de reuniões, as famílias manifestam também seu desespero: "Continuamos sem saber onde está o avião. O porta-voz da Malaysia Airlines muda muito de opinião, o que está levando a uma busca desorientada. Com raiva, tristeza e aborrecimento, os parentes estão muito desgatados. Continuamos esperando voltar a nos reunirmos (com nossos parentes), contamos cada minuto para que voltem".