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Paraguai diz que alerta pela dengue limitou expansão do zika

Os seis casos de zika foram registrados na cidade de Pedro Juan Caballero, onde uma avenida marca a fronteira com a cidade brasileira de Ponta Porã

Zika: a declaração foi seguida de fumigações, as pessoas afetadas foram colocadas em quarentena e houve campanhas de conscientização cidadã (Ernesto Benavides / AFP)
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Da Redação

Publicado em 2 de fevereiro de 2016 às 13h06.

Assunção - O alerta epidemológico declarado desde janeiro no Paraguai pelo vírus da dengue limitou a expansão do zika, país que até agora registrou apenas seis casos da doença em novembro de 2015 em um cidade que faz fronteira com o Brasil, informou nesta terça-feira à Agência Efe uma fonte oficial.

Os seis casos de zika vírus foram registrados na cidade de Pedro Juan Caballero, capital do departamento de Amambay, onde uma avenida marca a fronteira com a cidade brasileira de Ponta Porã.

Desde então, o governo paraguaio dispôs um protocolo de controle na zona e nos limites departamentos de Concepción e Alto Paraná, disse à Agência Efe Águeda Cabello, diretora de Vigilância da Saúde do Ministério da Saúde paraguaio.

Além dessas medidas, Cabello ressaltou que um dos fatores que contiveram a expansão do zika nos grandes centros urbanos do Paraguai apoia-se na declaração de alerta epidemiológico emitida em 11 de janeiro por causa da dengue, chicungunha e zika, transmitidas pelo mesmo mosquito, o Aedes aegypti.

A declaração foi seguida de fumigações, as pessoas afetadas foram colocadas em quarentena e houve campanhas de conscientização cidadã que no caso do zika se intensificaram há duas semanas ao pedir às grávidas que tomem precauções.

Segundo a especialista, o governo está "seguindo estratégias de controle muito mais agressivas do que as que normalmente são realizadas para conter a dengue".

De acordo com a profissional, a maioria dos seis casos de zika registrados no país sul-americano eram de adultos que trabalham na cidade brasileira de Dourado, mas que residem no Paraguai.

"Tivemos alguns casos suspeitos fora de Pedro Juan, mas até o momento todos resultaram negativos", explicou a diretora de Vigilância da Saúde.

A diretora acrescentou que não há até o momento notificações de mulheres grávidas que tenham sido infectadas com o zika, nem casos de microcefalias, má-formação congênita relacionada com a doença.

A doutora garantiu que também não foi detectado um aumento de casos da síndrome de Guillain-Barré, um transtorno auto-imune que afeta o sistema nervoso e desemboca na paralisia progressiva dos músculos do corpo, e que os médicos também relacionam com o vírus do zika.

No entanto, e quanto às previsões de futuro, Cabello admitiu que "é muito difícil" estimar quantos casos de zika terá no Paraguai.

"Neste país já teve dengue, por isso que agora não somos uma população tão suscetível, no entanto com o zika as possibilidades de contágio são altíssimas, não temos resposta imune, é uma doença emergente", expressou.

Cabello não descartou um cenário para o zika no Paraguai similar ao da chicungunha, que graças ao controle governamental do mosquito, das fumigações e da consciência cidadã se limitou à cidade de Assunção e seu cone urbano.

O Paraguai registrou 4.290 casos de chicungunha no ano passado e neste ano apenas seis. Enquanto no primeiro mês de 2016 já foram registrados 243 casos de dengue e há outros 14 mil suspeitos.

São Paulo - O mundo está em alerta contra o vírus Zika , que já foi detectado em 24 países na América, África e Oceania, de acordo com a Organização Mundial da Saúde ( OMS ). A situação mais grave é a do Brasil, onde o Ministério da Saúde estima que tenham ocorrido entre 497.593 e 1.482.701 casos em 2015, incluindo 3.893 registros de microcefalia , uma malformação no cérebro que pode ocasionar comprometimento cognitivo e motor. Frente à gravidade da situação, a OMS está especialmente preocupada com a rápida disseminação do vírus, que classificou como "explosiva". De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), cerca de 4 milhões de pessoas podem ser contaminadas nas Américas ainda neste ano.  A guerra contra o Zika já começou. Veja nas imagens.
  • 2. Colômbia

    2 /12(REUTERS / John Vizcaino)

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    A Colômbia é o segundo país com mais casos registrados do vírus, cerca de 13,5 mil até o momento. Na imagem, o ministro da Saúde do país, Alejandro Gaviria, exibe gráficos dos sintomas da doença durante uma coletiva de imprensa em Bogotá, em 20 de janeiro.
  • 3. Honduras

    3 /12(REUTERS / Jorge Cabrera)

  • Mulheres grávidas esperam por um check-up geral de rotina, que inclui um teste para vírus transmitidos por mosquitos, na maternidade de um Hospital em Tegucigalpa, Honduras. País já registrou pelo menos 600 casos da doença.
  • 4. Guatemala

    4 /12(REUTERS)

    Um cartaz da campanha do governo da Guatemala informa sobre os sintomas do vírus Zika na parede de um hospital, onde uma médica realiza uma verificação geral de rotina numa grávida, que inclui triagem para detectar o Zika, na Guatemala. O país já registrou pelo menos 68 casos de zica.
  • 5. El Salvador

    5 /12(REUTERS / Jose Cabezas)

    Um trabalhador usa uma máscara para se proteger do fumigante que toma conta do ar no bairro de Centro América, como parte de medidas preventivas contra o vírus Zika e outras doenças transmitidas por mosquitos na cidade de San Salvador, em El Salvador. Com mais de 5.000 casos notificados, o governo local recomendou que as mulheres não fiquem grávidas até 2018.
  • 6. Porto Rico

    6 /12(REUTERS / Alvin Baez)

    Passantes observam uma pick-up do Departamento de Saúde de Porto Rico que realiza fumigação para impedir a propagação do mosquito Aedes aegypti, vetor do vírus zica, em bairro de San Juan. Pelo menos 18 casos foram confirmados na ilha.
  • 7. Argentina

    7 /12(REUTERS / Enrique Marcarian)

    Equipes de saúde realizam fumigação em um parque de Buenos Aires, na Argentina. Em 29 de janeiro, o país confirmou seu primeiro caso do vírus Zika transmitido pelo mosquito aedes aegypti depois de uma mulher colombiana que vive na capital apresentar teste positivo para a doença.
  • 8. Costa Rica

    8 /12(REUTERS / Juan Carlos Ulate)

    Um técnico de saúde analisa uma amostra de sangue de um paciente infectado pela picada de um mosquito Aedes aegypti, no Instituto de Pesquisa e Ensino em Nutrição e Saúde (INCIENSA), em Costa Rica. O Ministério da Saúde confirmou na terça-feira o primeiro caso do vírus no país, segundo a imprensa local.
  • 9. Nicarágua

    9 /12(REUTERS)

    Uma família aguarda do lado de fora de casa, enquanto um funcionário do Ministério da Saúde fumega os cômodos para matar os mosquitos durante uma campanha contra a dengue, chikungunya  e o  vírus Zika em Manágua, Nicarágua. Pelo menos três casos de zica foram registrados no país.
  • 10. Venezuela

    10 /12(REUTERS / Marco Bello)

    Um trabalhador de saúde venezuelano espalha fumacê numa favela do país para combater a propagação do vírus zika em Caracas. Pelo menos quatro casos da doença foram registrados na Venezuela.
  • 11. Chile

    11 /12(EUTERS / Ivan Alvarado)

    Um homem lê um panfleto informativo sobre o vírus zika distribuido pelo Ministério da Saúde do Chile na área de partidas do aeroporto internacional de Santiago, no Chile. Ainda não há notificação de casos no país, mas as autoridades temem a contaminação de viajantes.
  • 12. Violência Urbana

    12 /12(Thinckstock)

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