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Para Trump, Síria e Turquia são "crianças" que precisavam "lutar um pouco"

"Eles lutaram por alguns dias e foi bastante cruel", completou, antes de celebrar que "não houve uma gota de sangue americano derramado"

Donald Trump: "O que eu fiz não foi convencional" (Leah Millis/Reuters)

Donald Trump: "O que eu fiz não foi convencional" (Leah Millis/Reuters)

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AFP

Publicado em 18 de outubro de 2019 às 08h52.

O presidente americano, Donald Trump, afirmou na quinta-feira (17), à noite que deixou que curdos e turcos se enfrentassem na Síria porque eram "como duas crianças" que precisavam "lutar um pouco".

"O que eu fiz não foi convencional. Eu disse que eles terão que lutar um pouco. Como duas crianças, você precisa deixar que lutem e depois separá-las", declarou Trump durante um comício em Dallas, Texas.

"Eles lutaram por alguns dias e foi bastante cruel", completou, antes de celebrar que "não houve uma gota de sangue americano derramado".

O governo dos Estados Unidos preparou o caminho para a ofensiva militar da Turquia contra uma milícia curda no norte da Síria ao retirar alguns dias antes suas tropas da região.

A operação militar, que durou uma semana, até o anúncio na quinta-feira à noite de um cessar-fogo provisório, deixou um balanço de mais de 500 mortos, principalmente curdos, incluindo dezenas de civis, e 300.000 deslocados, de acordo com a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Brett McGurk, ex-enviado especial da presidência americana para a coalizão antijihadista que lutou contra o grupo Estado Islâmico, considerou as declarações "obscenas e ignorantes".

"200 mil pessoas inocentes deslocadas. Centenas de mortos. Informações confiáveis sobre crimes de guerra. Prisioneiros do EI que fogem. EUA abandonando e bombardeando suas próprias posições ou as cedendo para a Rússia. Duas crianças que brigam?", questionou na rede social Twitter.

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