Para retomar crescimento, UE quer flexibilizar rígidas normas orçamentárias
Para promover investimentos, a Comissão pretende dar aos países do bloco uma maior margem de manobra na política a ser implantada para corrigir o endividamento excessivo
Reunião da UE: Para retomar crescimento, UE quer flexibilizar rígidas normas orçamentárias (John Thys/Pool/Reuters)
9 de novembro de 2022, 12h16
A Comissão Europeia propôs nesta quarta-feira, 9, uma modernização das suas rígidas regras orçamentárias para melhor adaptar a evolução das despesas dos Estados-membros ao seu nível de endividamento, e sugeriu a adoção de um sistema “credível”.
Trata-se de uma iniciativa para reformar as regras do chamado Pacto de Estabilidade e Crescimento, originalmente adotado em 1997 e que regula os níveis de endividamento dos países do bloco, consideradas obsoletas e difíceis de aplicar.
A Comissão propôs manter os dois preceitos fundamentais do Pacto (déficit das administrações públicas limitado a 3% do PIB nacional e uma dívida máxima equivalente a 60% do PIB), mas também lançou a ideia de uma certa flexibilidade no restante da regulamentação.
Para promover investimentos, a Comissão pretende dar aos países do bloco uma maior margem de manobra na política a ser implantada para corrigir o endividamento excessivo.
Na prática, as regras do Pacto eram pouco realistas e sua aplicação estrita abre caminho para uma austeridade quase destrutiva.
Em termos concretos, a Comissão propõe para o futuro definir para cada Estado do bloco uma trajetória orçamentária de referência para um período de quatro anos, adaptada à sua situação financeira.
O objetivo seria atingir um "déficit que se manteria abaixo de 3% do PIB".
Em seguida, cada país apresentaria seu plano orçamentário que incluiria propostas de reformas e investimentos, seguindo o modelo dos planos de recuperação financiados pela dívida comum europeia considerados bem-sucedidos.
Os países que se comprometerem com estas reformas e investimentos poderiam obter uma prorrogação de mais três anos para sua trajetória de ajuste, ou seja, sete anos no total para voltar à normalidade. Para acompanhar esta maior flexibilidade, a Comissão também deve aplicar sanções "mais eficazes" aos países que não as cumprirem, reduzindo o seu montante, teoricamente até 0,5% do PIB.
"As (novas) regras fiscais focariam na redução da dívida onde ela for alta, com base em planos definidos pelos Estados-membros, que devem respeitar as condições estabelecidas" pela União Europeia, disse o vice-presidente da Comissão, Valdis Dombrovskis.
"Queremos colocar crescimento e estabilidade no mesmo nível", indicou o comissário para a Economia, Paolo Gentiloni.
A Comissão espera que as ideias apresentadas nesta quarta conduzam a uma proposta legislativa no próximo ano. O pacto de Estabilidade foi suspenso em 2020 devido à pandemia de covid-19 e seria reativado no inicio de 2024.
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