Para Obama e Romney, mulheres são estratégicas para vitória
Neste ano, os democratas afiaram sua estratégia nacional ao acusar os republicanos de empreender uma "guerra de gênero"
Da Redação
Publicado em 24 de agosto de 2012 às 17h48.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama , e seu rival, Mitt Romney, cortejam o disputado voto feminino, às vésperas do 92º aniversário da lei que lhes deu o direito ao voto e, segundo especialistas consultados nesta sexta-feira pela Agência Efe, o líder segue tendo vantagem nas intenções de voto das eleições presidenciais.
Neste ano, os democratas afiaram sua estratégia nacional ao acusar os republicanos de empreender uma "guerra de gênero" mediante iniciativas para abolir o direito ao aborto, restringir o acesso aos anticoncepcionais e negar a equidade salarial.
Para arrecadar mais fundos, os democratas exploram agora a polêmica gerada pelo deputado republicano Todd Akin, do Missouri, após suas declarações sobre o aborto e o conceito de "estupro autêntico".
"Obama segue tendo vantagem sobre Romney nas enquetes e não espero que isso mude. Os comentários de Akin devem desencorajar alguns dos que votariam por Romney, e podem ficar em casa", disse Judith Baer, autora e especialista em direito e feminismo da Universidade Texas A&M.
"Muitas mulheres votam nos republicanos porque se opõem ao aborto, principalmente, mas Akin levantou um debate sobre se representa um fim ou se articulou a visão do partido. O desafio dos republicanos é voltar às discussões sobre a economia, que é o tema predominante da disputa", enfatizou.
O legislador antiaborto pediu perdão na terça-feira passada por ter dito no domingo que "quando se trata de um estupro autêntico, o corpo feminino tem formas de tentar" evitar uma gravidez não desejada.
Ao longo do dia de hoje, uma caravana de ativistas havia planejado levar ao escritório de Akin no Missouri a edição recente do livro "Nossos Corpos, Nossas Vidas", para dar ao candidato, segundo disseram, "uma lição sobre biologia feminina".
"Embora Akin tenha se desculpado, é difícil apagar o que foi dito. Isso causou tensão entre os republicanos; o voto das mulheres é muito visado, porque pode ser decisivo em uma disputa tão apertada", disse Debbie Walsh, diretora do Centro para as Mulheres Americanas e a Política, da Universidade Rutgers.
"Foi um presente para os democratas. Quando se pensava que as coisas não podiam ficar mais loucas, acontece isso", comentou.
Enquanto isso, o estrategista republicano Ed Rogers afirmou em uma coluna do "Washington Post" que a presença de Akin na disputa pela cadeira do Missouri no Senado, frente à senadora democrata Claire McCaskill, "infecta" o Partido Republicano em nível nacional.
Em sua opinião, Akin criou uma distração inoportuna para Romney, às portas da convenção nacional republicana que acontecerá em Tampa (Flórida), na semana que vem.
O ex-governador de Massachusetts Romney, que apoia o aborto só em casos de estupro ou incesto, pressionou Akin para abandonar a disputa, e limitou suas entrevistas para se esquivar da polêmica.
Romney reiterou que Obama descumpriu sua promessa de estimular a recuperação econômica e que, na sua opinião, o povo está pronto para uma mudança.
Por sua vez, Obama destacou suas conquistas em prol dos direitos da mulher, como a promulgação de uma lei de equidade salarial e a reforma da saúde, que garante a cobertura médica para serviços de saúde reprodutiva.
A plataforma republicana, que será votada na próxima segunda-feira, favorece uma emenda constitucional para proibir o aborto sem exceção.
Emilie Openchowski, do Centro para o Progresso Americano, advertiu hoje que os direitos reprodutivos da mulher serão "um grande debate eleitoral neste ano", principalmente quando as mulheres despontam como um nicho eleitoral estratégico.
Segundo uma pesquisa divulgada ontem por Hart Research Associates, Obama tinha uma vantagem de 13 pontos entre as mulheres sobre Romney e, depois da polêmica com Akin, subiu para 22 pontos.
No próximo domingo, os EUA lembrarão o "Dia da Igualdade para as Mulheres", que marca o 92º aniversário da emenda constitucional que deu a elas o direito ao voto em 1920, após quase um século de ativismo.
A data também lembra a "Marcha pelos Direitos das Mulheres" que em 1970 levou às ruas dezenas de milhares de militantes feministas para exigir igualdade de direitos no trabalho, no lar e na sociedade em geral.
O consenso político é que, a 74 dias das eleições de 6 de novembro, é Romney quem deve dobrar esforços para não perder mais terreno entre as mulheres.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama , e seu rival, Mitt Romney, cortejam o disputado voto feminino, às vésperas do 92º aniversário da lei que lhes deu o direito ao voto e, segundo especialistas consultados nesta sexta-feira pela Agência Efe, o líder segue tendo vantagem nas intenções de voto das eleições presidenciais.
Neste ano, os democratas afiaram sua estratégia nacional ao acusar os republicanos de empreender uma "guerra de gênero" mediante iniciativas para abolir o direito ao aborto, restringir o acesso aos anticoncepcionais e negar a equidade salarial.
Para arrecadar mais fundos, os democratas exploram agora a polêmica gerada pelo deputado republicano Todd Akin, do Missouri, após suas declarações sobre o aborto e o conceito de "estupro autêntico".
"Obama segue tendo vantagem sobre Romney nas enquetes e não espero que isso mude. Os comentários de Akin devem desencorajar alguns dos que votariam por Romney, e podem ficar em casa", disse Judith Baer, autora e especialista em direito e feminismo da Universidade Texas A&M.
"Muitas mulheres votam nos republicanos porque se opõem ao aborto, principalmente, mas Akin levantou um debate sobre se representa um fim ou se articulou a visão do partido. O desafio dos republicanos é voltar às discussões sobre a economia, que é o tema predominante da disputa", enfatizou.
O legislador antiaborto pediu perdão na terça-feira passada por ter dito no domingo que "quando se trata de um estupro autêntico, o corpo feminino tem formas de tentar" evitar uma gravidez não desejada.
Ao longo do dia de hoje, uma caravana de ativistas havia planejado levar ao escritório de Akin no Missouri a edição recente do livro "Nossos Corpos, Nossas Vidas", para dar ao candidato, segundo disseram, "uma lição sobre biologia feminina".
"Embora Akin tenha se desculpado, é difícil apagar o que foi dito. Isso causou tensão entre os republicanos; o voto das mulheres é muito visado, porque pode ser decisivo em uma disputa tão apertada", disse Debbie Walsh, diretora do Centro para as Mulheres Americanas e a Política, da Universidade Rutgers.
"Foi um presente para os democratas. Quando se pensava que as coisas não podiam ficar mais loucas, acontece isso", comentou.
Enquanto isso, o estrategista republicano Ed Rogers afirmou em uma coluna do "Washington Post" que a presença de Akin na disputa pela cadeira do Missouri no Senado, frente à senadora democrata Claire McCaskill, "infecta" o Partido Republicano em nível nacional.
Em sua opinião, Akin criou uma distração inoportuna para Romney, às portas da convenção nacional republicana que acontecerá em Tampa (Flórida), na semana que vem.
O ex-governador de Massachusetts Romney, que apoia o aborto só em casos de estupro ou incesto, pressionou Akin para abandonar a disputa, e limitou suas entrevistas para se esquivar da polêmica.
Romney reiterou que Obama descumpriu sua promessa de estimular a recuperação econômica e que, na sua opinião, o povo está pronto para uma mudança.
Por sua vez, Obama destacou suas conquistas em prol dos direitos da mulher, como a promulgação de uma lei de equidade salarial e a reforma da saúde, que garante a cobertura médica para serviços de saúde reprodutiva.
A plataforma republicana, que será votada na próxima segunda-feira, favorece uma emenda constitucional para proibir o aborto sem exceção.
Emilie Openchowski, do Centro para o Progresso Americano, advertiu hoje que os direitos reprodutivos da mulher serão "um grande debate eleitoral neste ano", principalmente quando as mulheres despontam como um nicho eleitoral estratégico.
Segundo uma pesquisa divulgada ontem por Hart Research Associates, Obama tinha uma vantagem de 13 pontos entre as mulheres sobre Romney e, depois da polêmica com Akin, subiu para 22 pontos.
No próximo domingo, os EUA lembrarão o "Dia da Igualdade para as Mulheres", que marca o 92º aniversário da emenda constitucional que deu a elas o direito ao voto em 1920, após quase um século de ativismo.
A data também lembra a "Marcha pelos Direitos das Mulheres" que em 1970 levou às ruas dezenas de milhares de militantes feministas para exigir igualdade de direitos no trabalho, no lar e na sociedade em geral.
O consenso político é que, a 74 dias das eleições de 6 de novembro, é Romney quem deve dobrar esforços para não perder mais terreno entre as mulheres.