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Para Mujica, jornada de 12 horas na saúde é 'disparate'

Na opinião do presidente, o trabalho contínuo em centros de terapia intensiva 'tende a gerar uma espécie de rigidez autodefensiva frente à dor e piedade'

'Ninguém deveria trabalhar nos CTI muitos anos e o mesmo nos hospitais psiquiátricos', afirmou Mujica (Juan Mabromata/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2014 às 08h54.

Montevidéu - O presidente do Uruguai, José Mujica, classificou nesta quinta-feira como 'um disparate' que os profissionais dos centros de terapia intensiva trabalhem 12 horas, em suas primeiras declarações públicas pelo caso de dois enfermeiros processados e presos por assassinar 15 pacientes.

Além disso, ele afirmou que seus compatriotas estão em 'choque' e em declarações publicadas pela revista 'Búsqueda' disse que 'o pessoal da saúde tem que afinar a conduta e o tratamento com as pessoas'.

Ao fazer referência às críticas recebidas por supostos erros no sistema de controle que teriam facilitado as ações dos enfermeiros, Mujica afirmou que 'os controles são para detectar as falhas médicas' e não para atuar 'frente a um criminoso'.

Na opinião do presidente, o trabalho contínuo em centros de terapia intensiva 'tende a gerar uma espécie de rigidez autodefensiva frente à dor e piedade'.

'Ninguém deveria trabalhar nos CTI muitos anos e o mesmo nos hospitais psiquiátricos', afirmou Mujica, que classificou como 'disparate' que enfermeiros trabalhem 12 horas em dois centros de saúde.

O líder disse que 'há muito a ser melhorado' em aparente referência ao sistema de saúde uruguaio e disse que 'gostaria de saber' como é a administração em outros países como a Alemanha e Suécia.

O juiz Rolando Vomero processou no domingo o enfermeiro Ariel Acevedo, de 46 anos, por dez casos de 'homicídio especialmente grave', e o também enfermeiro Marcelo Pereira, de 39 anos, por cinco casos.


O primeiro trabalhava na Associação Espanhola e o segundo no mesmo centro de saúde e também no Hospital Maciel, dependente do Estado, nos dois casos atendendo a pacientes das unidades de terapia intensiva (CTI).

Acevedo aplicava ar nas veias para matar seus pacientes e Pereira administrava diferentes remédios controlados, segundo admitiram perante o juiz.

Os dois afirmaram atuar por 'piedade', mas o magistrado descartou tal possibilidade e disse que algumas das vítimas 'não eram pacientes terminais'.

A justiça e a Polícia têm indícios de que os casos de assassinatos 'poderiam ser maiores', disseram à Agência Efe fontes judiciais.

No Ministério da Saúde Pública foram recebidas até agora '67 denúncias de casos suspeitos', informou nesta quinta-feira a diretora do Sistema Nacional Integrado de Saúde, Elena Clavell.

No entanto, no Ministério do Interior as denúncias superam as 200 e por isso decidiram reforçar o serviço criado para receber as consultas da população.

O ministro da Saúde Pública, Jorge Venegas, comparecerá esta tarde (às 16h no horário de Brasília) ao Parlamento para informar à Comissão de Saúde das Câmaras de Senadores e Deputados sobre as medidas aprovadas que incluem auditorias em todos os centros de cuidados especiais do país e o aumento dos controles sobre as equipes de saúde.

Para algumas das medidas as autoridades terão o apoio da Organização Pan-americana da Saúde (OPAS).

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Montevidéu - O presidente do Uruguai, José Mujica, classificou nesta quinta-feira como 'um disparate' que os profissionais dos centros de terapia intensiva trabalhem 12 horas, em suas primeiras declarações públicas pelo caso de dois enfermeiros processados e presos por assassinar 15 pacientes.

Além disso, ele afirmou que seus compatriotas estão em 'choque' e em declarações publicadas pela revista 'Búsqueda' disse que 'o pessoal da saúde tem que afinar a conduta e o tratamento com as pessoas'.

Ao fazer referência às críticas recebidas por supostos erros no sistema de controle que teriam facilitado as ações dos enfermeiros, Mujica afirmou que 'os controles são para detectar as falhas médicas' e não para atuar 'frente a um criminoso'.

Na opinião do presidente, o trabalho contínuo em centros de terapia intensiva 'tende a gerar uma espécie de rigidez autodefensiva frente à dor e piedade'.

'Ninguém deveria trabalhar nos CTI muitos anos e o mesmo nos hospitais psiquiátricos', afirmou Mujica, que classificou como 'disparate' que enfermeiros trabalhem 12 horas em dois centros de saúde.

O líder disse que 'há muito a ser melhorado' em aparente referência ao sistema de saúde uruguaio e disse que 'gostaria de saber' como é a administração em outros países como a Alemanha e Suécia.

O juiz Rolando Vomero processou no domingo o enfermeiro Ariel Acevedo, de 46 anos, por dez casos de 'homicídio especialmente grave', e o também enfermeiro Marcelo Pereira, de 39 anos, por cinco casos.


O primeiro trabalhava na Associação Espanhola e o segundo no mesmo centro de saúde e também no Hospital Maciel, dependente do Estado, nos dois casos atendendo a pacientes das unidades de terapia intensiva (CTI).

Acevedo aplicava ar nas veias para matar seus pacientes e Pereira administrava diferentes remédios controlados, segundo admitiram perante o juiz.

Os dois afirmaram atuar por 'piedade', mas o magistrado descartou tal possibilidade e disse que algumas das vítimas 'não eram pacientes terminais'.

A justiça e a Polícia têm indícios de que os casos de assassinatos 'poderiam ser maiores', disseram à Agência Efe fontes judiciais.

No Ministério da Saúde Pública foram recebidas até agora '67 denúncias de casos suspeitos', informou nesta quinta-feira a diretora do Sistema Nacional Integrado de Saúde, Elena Clavell.

No entanto, no Ministério do Interior as denúncias superam as 200 e por isso decidiram reforçar o serviço criado para receber as consultas da população.

O ministro da Saúde Pública, Jorge Venegas, comparecerá esta tarde (às 16h no horário de Brasília) ao Parlamento para informar à Comissão de Saúde das Câmaras de Senadores e Deputados sobre as medidas aprovadas que incluem auditorias em todos os centros de cuidados especiais do país e o aumento dos controles sobre as equipes de saúde.

Para algumas das medidas as autoridades terão o apoio da Organização Pan-americana da Saúde (OPAS).

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