Papa Francisco: Boff gostou do fato de o pontífice ser jesuíta, porque "um jesuíta tem uma cabeça bem formada" que pode agir frente à cúria e renovar a igreja após os escândalos em que esteve envolvida. (AFP)
Da Redação
Publicado em 1 de abril de 2013 às 17h45.
San Jose - O teólogo Leonardo Boff afirmou nesta segunda-feira na Costa Rica que a designação do papa Francisco é providencial, e disse que se sente entusiasmado e confiante que o pontífice restaure uma desacreditada Igreja.
"Acho que há algo providencial (em sua escolha), que é o Papa do terceiro milênio e que pode ser um arquétipo, uma referência mundial de autoridade moral, espiritual, que nos leva a amar a terra, salvar a Humanidade, salvar a vida", disse Boff durante uma entrevista concedida a um programa de rádio.
O brasileiro, que foi perseguido pela hierarquia romana devido as suas ações dentro da Teologia da Libertação, disse que Francisco tem como tarefa restaurar o catolicismo, que se encontra "na situação de uma igreja em ruínas, totalmente desacreditada pelos pedófilos e pelos escândalos financeiros".
"Eu disse: "se São Francisco foi rico e se converteu ao ouvir a palavra, precisamos de outro Francisco". E ele efetivamente veio", afirmou.
Boff gostou do fato de o pontífice ser jesuíta, porque "um jesuíta tem uma cabeça bem formada" que pode agir frente à cúria e renovar a igreja após os escândalos em que esteve envolvida.
Em troca, "com o povo tem que ser franciscano: simples, pobre", afirmou o teólogo, que lembrou as palavras do Papa na Quinta-feira Santa quando disse aos sacerdotes que tinham que ser pastores com cheiro de ovelha.
Para Boff, os padres "não precisam ficar na paróquia, nem na sacristia, nem no altar", e sim com o povo.
"Então, ele deu sinais de que será outro Papa. Eu imagino a consciência pesada de muitos cardeais e bispos que vivem em palácios, cercados de riqueza", concluiu.
Boff chegou à Costa Rica para uma visita de quatro dias durante a cual ministrará cinco palestras.