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Para juíza, agressor e namorada 'planejaram' atentado contra Cristina Kirchner

O agressor, de 35 anos, e sua namorada, de 23, são os únicos detidos até o momento, acusados por tentativa de homicídio da vice-presidente

Segurança do Aeroporto da Argentina com Fernando Andrés Sabag Montiel, detido após tentar assassinar a vice-presidente argentina (AFP/AFP Photo)
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AFP

Publicado em 8 de setembro de 2022 às 07h03.

O atentado frustrado contra a vice-presidente argentina, Cristina Kirchner, foi produto de um "planejamento e acordo prévio" entre o agressor e sua namorada, segundo o documento judicial de indiciamento divulgado na quarta-feira, 7.

Fernando Sabag Montiel, que na noite de quinta-feira apontou uma arma a menos de um metro da cabeça de Kirchner, quando ela estava cercada de apoiadores, e sua namorada, Brenda Uliarte, ambos detidos, foram indiciados por "terem tentado matar Cristina Kirchner, contando para isso com o planejamento e o acordo prévio entre ambos", diz o texto da juíza María Eugenia Capuchetti, divulgado por vários meios de comunicação, incluindo a agência oficial Télam.

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Durante a noite da quinta-feira passada, 1, Montiel apontou sua arma a menos de um metro da cabeça de Kirchner quando ela estava cercada por simpatizantes que a aguardavam do lado de fora de sua residência para expressar apoio após um pedido de 12 anos de prisão e para a perda de seus direitos a exercer cargos públicos por parte do Ministério Público em um julgamento por suposta corrupção.

O agressor, de 35 anos, e sua namorada, de 23, são os únicos detidos até o momento, acusados por tentativa de homicídio da ex-presidente (2007-2015).

A justiça também mantém cinco amigos dos detidos sob escrutínio, todos vendedores ambulantes de algodão doce, para apurar se eles tiveram algum papel no ato. Todos prestaram depoimento como testemunhas, mas foram obrigados a entregar seus telefones celulares.

O indiciamento da juíza é provisório. Ela tem 10 dias a partir da declaração indagatória para decidir se processa ou não os acusados.

Na terça-feira, Montiel foi intimado a ampliar o depoimento dado na sexta-feira passada, mas nas duas audiências ele se negou a depor; teria dito apenas que sua namorada "não teve nada a ver" nem com a tentativa de homicídio, nem com o planejamento, segundo fontes judiciais.

Uliarte, por sua vez, cuja imagem foi registrada pelas câmeras de segurança perto do local do crime no momento do ataque, disse que foi apenas acompanhar o namorado.

LEIA TAMBÉM: Após tentativa de assassinato, Argentina retoma julgamento contra Cristina Kirchner

Em uma entrevista a um canal de televisão antes de ser detida, a jovem afirmou que não havia encontrado o namorado nas 48 horas anteriores ao ataque.

De acordo com a acusação, Uliart estava nas proximidades e foi possível determinar que o casal estava com a arma usada no ataque fracassado desde antes de 5 de agosto. A arma foi apreendida pela polícia no local.

No documento, a juíza afirmou que os dois agiram "aproveitando o estado de indefensabilidade" de Kirchner "gerado pela multidão".

Montiel engatilhou a pistola Bersa calibre 38 apontada para a cabeça de Kirchner, mas por uma razão que ainda não foi esclarecida as balas não dispararam, no momento em que a vice-presidente cumprimentava os seguidores diante de sua residência.

Na confusão, Kirchner aparentemente não percebeu que foi alvo da arma e continuou autografando livros por alguns minutos antes de entrar em sua casa, enquanto alguns apoiadores seguravam o agressor no local para permitir a detenção pela polícia.

O governo afastou na quarta-feira parte dos policiais que fazem parte da segurança da vice, ao considerar que "não tiveram o nível que se esperava que tivessem", reportou a agência Télam.

LEIA TAMBÉM: Atentado pode ajudar popularidade de Cristina Kirchner? O que acontece na Argentina após o ataque

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