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Para Itália, decisão do caso Battisti foi política

Governo italiano havia anunciado que levaria o caso à Corte Internacional de Haia e que não tomaria iniciativa diplomática contra o Brasil, mas o discurso mudou

Governo brasileiro não acreditava em impactos na relação bilateral. (WIKIMEDIA COMMONS)

Governo brasileiro não acreditava em impactos na relação bilateral. (WIKIMEDIA COMMONS)

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Da Redação

Publicado em 11 de junho de 2011 às 14h31.

São Paulo - A Itália eleva a pressão sobre o Brasil, suspende acordos, chama seu embaixador no País e acusa o governo de ter pressionado politicamente o Supremo Tribunal Federal (STF) a libertar o ex-ativista Cesare Battisti, na quarta-feira. "Diante do ocorrido, não há diplomacia que se sustente", declarou o ministro de Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, na manhã de ontem.

O governo de Silvio Berlusconi já havia anunciado que levaria o caso à Corte Internacional de Haia, mas não tomaria qualquer tipo de iniciativa diplomática contra o Brasil. Ontem, o discurso mudou e, por ordens do próprio Berlusconi, subiu o tom das críticas e ameaças. O governo brasileiro não acreditava em impactos na relação bilateral.

"Havíamos esperado uma decisão serena da autoridade brasileira. No lugar disso, vimos uma decisão política, e não jurídica", reforçou Frattini. Para ele, tanto a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto a de Dilma Rousseff teriam feito "pressão política" para o STF decidir pela libertação de Battisti.

O embaixador italiano no Brasil, Gherardo La Francesca, foi convocado por Roma logo no início da manhã. A decisão não significa o rompimento das relações - a Itália deixou claro que o retorno do diplomata seria "temporário". Mas não disfarça que se trata de um gesto claro de protesto contra o Brasil. Em seu comunicado, o governo diz que a convocação tem como função "aprofundar, junto às outras instâncias competentes, os aspectos técnico-jurídicos relativos à aplicação dos acordos bilaterais existentes", além de avaliar "as iniciativas e os recursos" diante das cortes internacionais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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