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Papandreou quer privatizar arrecadação tributária

O objetivo do premiê grego é evitar a corrupção na administração da cobrança de impostos

O primeiro-ministro justifica que na Grécia há outros 900 mil contribuintes devendo ao Estado até 1 bilhão de euros cada um
 (Wikimedia Commons)

O primeiro-ministro justifica que na Grécia há outros 900 mil contribuintes devendo ao Estado até 1 bilhão de euros cada um (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 14 de julho de 2011 às 09h50.

Berlim - O primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreou, estuda a privatização da arrecadação tributária dos maiores devedores do país diante do temor de que a corrupção na administração esteja freando a cobrança de impostos.

Em entrevista publicada nesta quinta-feira na publicação econômica alemã "Financial Times Deutschland", Papandreou explica que em seu afã por sanear as contas públicas o fisco heleno vai concentrar-se no grupo de principais devedores, "14 mil pessoas que devem ao Estado cerca de 36 bilhões de euros em impostos".

"Provavelmente encarregaremos desta tarefa empresas privadas porque temos a impressão de que o aparelho arrecadador (estatal) não pode fazer isso por ter demonstrado não ter competência", admitiu Papandreou.

Para adotar essa atípica medida, o primeiro-ministro justifica que na Grécia há outros 900 mil contribuintes devendo ao Estado até 1 bilhão de euros cada um.

"Uma tarefa tão grande que levaria 30 anos ao fisco para realizá-la", raciocina Papandreou.

O político socialista reconhece que a Grécia "não tem uma agência tributária como os países do norte (da Europa)", com boa organização, regulamentação clara e capacidade para implementar seu mandato.

"O setor público é burocrático e pouco transparente. É também necessária uma reforma profunda da administração e que mude a mentalidade de fundo", diz Papandreou na entrevista.

A redução drástica da fraude fiscal é uma das ferramentas às quais está recorrendo Atenas para reduzir sua dívida pública, que na atualidade toca 160% de seu Produto Interno Bruto (PIB), pelos dados do Banco Central Europeu (BCE).

A aplicação de severos programas de ajuste é a condição básica para que a Grécia receba os próximos lances de seu primeiro resgate e para que fechem em breve os detalhes de seu segundo plano de ajuda financeira.

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