Mundo

Papa visita mesquita em Bangui e pede reconciliação

O pontífice se reuniu com os líderes muçulmanos do bairro PK 5, em uma área que foi cenário de violência sectária


	Religiões: "Os que clamam que acreditam em Deus também devem ser homens e mulheres de paz"
 (Stefano Rellandini / Reuters)

Religiões: "Os que clamam que acreditam em Deus também devem ser homens e mulheres de paz" (Stefano Rellandini / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2015 às 08h20.

O Papa Francisco fez nesta segunda-feira uma visita de grande valor simbólico à mesquita de um bairro muçulmano de Bangui, capital da República Centro-Africana, cenário de atrocidades em 2013 em um conflito com tom religioso.

"Cristãos e muçulmanos são irmãos e irmãs", disse Francisco.

"Os que clamam que acreditam em Deus também devem ser homens e mulheres de paz".

O pontífice se reuniu com os líderes muçulmanos do bairro PK 5, em uma área que foi cenário de violência sectária. A visita acontece sob fortes medidas de segurança, com o apoio da força da ONU no país (Minusca).

Os "capacetes azuis" ONU (10.900 homens em todo o país), o contingente militar francês (900) e a polícia centro-africana devem patrulhar Bangui até o fim da visita papal.

Nas imediações da mesquita aconteceram confrontos armados entre os Seleka, milicianos principalmente muçulmanos, e os milicianos cristãos e animistas, conhecidos como "anti-balaka".

Mauro Garofalo, da comunidade católica de Sant'Egidio, afirmou que a comunidade muçulmana esperava o papa com fervor e esperança.

Depois da visita à mesquita, o pontífice seguiu para o complexo esportivo que leva o nome de Barthelemy Boganda, um sacerdote católico indígena, "pai da pátria", morto em 1960, pouco depois da proclamação da independência.

No estádio, com capacidade para 30.000 pessoas, celebrará a última missa de sua viagem ao continente africano.

A etapa de um dia e meio em Bangui já pode ser considerada um sucesso, apesar das críticas dos céticos. O papa, enérgico ante a espiral de vingança, foi recebido com fervor, apesar do ódio que persiste entre a população.

No domingo, não citou a palavra muçulmano, consciente de que este conflito tem raízes políticas.

Francisco defendeu a unidade e pediu que as pessoas não cedam "à tentação do medo do outro, do desconhecido, do que não é parte de nosso grupo étnico, nossas opiniões políticas ou nossa confissão religiosa".

Um Ano Santo, o "Jubileu da Misericórdia", sobre o perdão, começará em 8 de dezembro, mas foi inaugurado no domingo com a abertura de uma "porta sagrada" na catedral de Bangui.

Acompanhe tudo sobre:Igreja CatólicaMuçulmanosPapa FranciscoPapas

Mais de Mundo

Kamala bate recorde de doações, conquista delegados e deve fechar nomeação nesta semana

Após fala de Maduro, Lula envia Celso Amorim para acompanhar eleição na Venezuela

Trump se torna o candidato mais velho à Presidência dos EUA, e questões sobre sua saúde se acumulam

Lula se diz assustado com fala de Maduro sobre 'banho de sangue' na Venezuela

Mais na Exame