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Papa pede para o mundo parar de 'desfigurar o rosto da Amazônia'

O pontífice realizou missa solene para concluir a primeira assembleia de bispos dedicada à defesa da região

Papa Francisco: pontífice defendeu o fim da exploração de povos indígenas (Alessandro Bianchi/Reuters)
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AFP

Publicado em 27 de outubro de 2019 às 11h06.

O papa Francisco pediu para o mundo parar de "desfigurar o rosto da Amazônia", na missa deste domingo na basílica de São Pedro de conclusão do sínodo dedicado à região.

"Os erros do passado não foram suficientes para deixar de espoliar e causar feridas a nossos irmãos e nossa irmã Terra: vimos no rosto desfigurado da Amazônia", disse o papa diante de centenas de religiosos e outros convidados, entre eles indígenas provenientes da bacia amazônica.

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Em sua homilia, o papa condenou "o desprezo" pela história e pelas tradições de outros povos, "considerando-os inferiores e de pouco valor" e que "apaga sua história, ocupa seus territórios, usurpa seus bens", disse.

"Quanta suposta superioridade que hoje se converte em opressão e exploração!", lamentou.

O papa argentino criticou também a hipocrisia de tantos cristãos que "praticam a religião do eu".

"E, além de esquecer de Deus, esquece do próximo; ou pior, lhe despreza. Ou seja, para ele não tem um preço, não tem um valor. Se considera melhor que os demais, a quem chama, literalmente, de 'os demais, o resto'. São 'o resto', os descartados de quem precisa se manter à distância", condenou.

"Quantas vezes vemos acontecer esta dinâmica na vida e na história! Quantas vezes quem está à frente, como fariseu em relação ao publicano, levanta muros para aumentar as distâncias, tornando os demais descartados", acrescentou.

Com essa defesa dos "descartados", o papa concluiu com uma missa solene a primeira assembleia de bispos dedicada à defesa da Amazônia de seus habitantes.

Nenhum símbolo religioso indígena foi utilizado durante a cerimônia na basílica vaticana.

Os 184 bispos que participaram do sínodo aprovaram um documento que pede a criação do "pecado ecológico", bem como a possibilidade de ordenar padres casados e estudar a possibilidade de contar com mulheres diáconos - temas tabu para os católicos conservadores.

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