Papa Francisco na Colômbia: "nós não queremos que qualquer tipo de violência restrinja ou destrua mais uma vida" (Stefano Rellandini/Reuters)
Reuters
Publicado em 8 de setembro de 2017 às 10h04.
Villavicencio / Bogotá, Colômbia (Reuters) - Milhares de vítimas da guerra de cinquenta anos da Colômbia buscarão benção, orientação e um caminho para o perdão do papa Francisco nesta sexta-feira, durante sua visita à região que, durante anos, tem sido conhecida como um epicentro de violência.
O papa argentino foi recebido de maneira entusiástica na Colômbia, uma nação de maioria católica romana, levando consigo uma mensagem de paz e união, à medida que tenta fortalecer a fé e curar feridas da guerra civil.
Na cidade de Villavicencio, Francisco realizará uma reunião de oração com 6 mil sobreviventes de um conflito brutal que deixou milhões marcados por sequestros, massacres, estupros, minas terrestres e remoções.
O papa também abençoará a Cruz da Reconciliação, um memorial para as vítimas, e ouvirá depoimentos pessoais daqueles que sofreram.
"Houve muito ódio e vingança. A solidão de sempre estar em divergência tem sido familiar há décadas, e o seu cheiro tem persistido por uma centena de anos", disse o líder dos 1,2 bilhão de católicos romanos do mundo na quinta-feira.
"Nós não queremos que qualquer tipo de violência restrinja ou destrua mais uma vida", acrescentou o pontífice, que adiou sua vista à Colômbia até que um acordo de paz entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) estivesse em vigor.
Colombianos tem sofrido com uma guerra entre paramilitares de direita, rebeldes marxistas, e forças do governo desde 1964. Mais de 220 mil pessoas morreram e outras milhões foram deslocadas à medida que a guerra se estendeu para cidades e comunidades rurais.