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Papa diz que 'polarização exacerbada' no Brasil é sinal de enfraquecimento democrático

"Em muitas áreas, um sinal de enfraquecimento da democracia é a polarização exacerbada política e social, que não ajuda a resolver os problemas urgentes do cidadão", afirmou

Papa Francisco fala durante a missa de Te Deum na véspera do Ano Novo na Basílica de São Pedro, no Vaticano, em 31 de dezembro de 2022 (AFP/AFP)

Papa Francisco fala durante a missa de Te Deum na véspera do Ano Novo na Basílica de São Pedro, no Vaticano, em 31 de dezembro de 2022 (AFP/AFP)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de janeiro de 2023 às 12h41.

O papa Francisco comentou nesta segunda-feira, 9, os "eventos das últimas horas no Brasil", em referência aos milhares de partidários do ex-presidente Jair Bolsonaro que invadiram o Congresso, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o palácio presidencial, com atos de vandalismo nas sedes do poder do Brasil. "Em muitas áreas, um sinal de enfraquecimento da democracia é a polarização exacerbada política e social, que não ajuda a resolver os problemas urgentes do cidadão", afirmou.

"Eu penso nos vários países das Américas em que as crises políticas estão carregadas de tensões e formas de violência que exacerbam conflitos sociais", disse o sumo pontífice. Além do Brasil, Francisco mencionou Peru e Haiti, acrescentando que "há uma necessidade constante de superar formas partidárias de pensar e trabalhar para a promoção do bem comum".

O papa ainda quebrou o silêncio sobre protestos que ocorrem no Irã.

Papa critica Irã por pena de morte e cita 'respeito pela dignidade da mulher'

O papa Francisco quebrou nesta segunda-feira, 9, o silêncio sobre protestos que ocorrem no Irã. Ele criticou o uso da pena de morte e comentou que as manifestações "pedem maior respeito pela dignidade da mulher". Ele tratou do tema em discurso anual a embaixadores acreditados no Vaticano, uma fala sobre política externa na qual o papa delineia áreas de maior preocupação para a Santa Sé.

Segundo o líder religioso, a pena de morte é "inadmissível" em todas as circunstâncias. Ele vinculou a oposição ao aborto e a pena de morte, dizendo que ambos são uma violação do direito fundamental à vida.

Os protestos começaram no Irã em meados de setembro, tendo como estopim a morte de Mahsa Amini, uma mulher de 22 anos presa pela polícia da moralidade iraniana por supostamente violar o código de vestimenta do país. Pelo menos quatro pessoas já foram executadas desde o início das manifestações, em meio a críticas internacionais, em julgamentos rápidos e a portas fechadas. Pelo menos 519 pessoas foram mortas nos protestos, com mais de 19.200 prisões, segundo ativistas do Human Rights Watch (HRW) no Irã.

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