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Papa diz que Igreja deve se despojar de tudo o que é mundano

Papa se encontrou com pobres e imigrantes e improvisou uma fala com ele


	Papa: pontífice argentino recusou comer com as autoridades, e preferiu comer com os 55 pobres vindos de centros beneficentes de toda a diocese no refeitório de Caritas
 (Luca Zennaro/Reuters)

Papa: pontífice argentino recusou comer com as autoridades, e preferiu comer com os 55 pobres vindos de centros beneficentes de toda a diocese no refeitório de Caritas (Luca Zennaro/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2013 às 15h19.

Roma - O papa Francisco realizou nesta sexta-feira sua primeira viagem a Assis, berço do santo de quem emprestou o nome e padroeiro da Itália, São Francisco de Assis, e reiterou sua vontade de estar com os pobres e de "despojar a Igreja de tudo o que é mundano".

Assim se referiu o papa em sua terceira viagem apostólica em terras italianas na qual voltou a gritar ao mundo seu desejo de criar uma igreja "dos pobres para os pobres" da mesma forma que fez São Francisco.

O lugar eleito pelo pontífice para falar da necessidade de austeridade no seio da Igreja Católica foi a sala do Espólio do Bispado de Assis, lugar carregado de simbolismo por lembrar a passagem no qual "o pobrecillo", apelido que São Francisco é conhecido na Itália, se despojou de todos os bens materiais.

Ali o papa se encontrou com pobres e imigrantes e improvisou uma fala com ele.

Ele convidou à Igreja a se despojar das coisas materiais, "que matam a alma, as pessoas e a própria Igreja", e a imitar Jesus "que levou uma vida de despojo".

A visita do pontífice foi ofuscada pela tragédia na ilha de Lampedusa, na Sicília, em que morreram pelo menos 111 imigrantes que tentavam vir da África para a Itália de barco.

"Não importa que tanta gente fuja da escravidão, da fome. Fogem buscando a liberdade e tantas vezes vemos que encontram a morte como ocorreu ontem em Lampedusa", lamentou o papa a tragédia.

A primeira parada da visita de Francisco a Assis foi às crianças doentes do Instituto Seráfico de Assis, nas quais, afirmou, "se encontram presentes as chagas de Jesus".


"Estamos diante das chagas de Jesus, que devem ser escutadas, devem ser reconhecidas", disse o pontífice em sua primeira alocução.

Durante a missa celebrada na Basílica de São Francisco de Assis, o papa voltou hoje a realizar um forte pedido para que "cessem os conflitos armados que ensanguentam a terra, que calem as armas e em todas partes o ódio ceda o posto ao amor, a ofensa ao perdão e a discórdia à união".

O papa pediu que "escutemos o grito dos que choram, sofrem e morrem pela violência, o terrorismo ou a guerra, na Terra Santa, tão amada por São Francisco, na Síria, em todo Oriente Médio, e no mundo".

Em mais uma lição de humildade, Francisco mostrou que sua preocupação pela pobreza não são somente palavras.

O pontífice argentino recusou comer com as autoridades, entre elas estava o primeiro-ministro da Itália, Enrico Letta, que foi a Assis para assistir à missa pelo padroeiro da Itália, e preferiu comer com os 55 pobres vindos de centros beneficentes de toda a diocese no refeitório de Caritas.

Durante seu improvisado discurso ao clero e aos membros do Conselho Pastoral com os quais se reuniu na catedral de São Rufino de Assis, Francisco disse que nos casamentos sempre dá este conselho: "Brigue o quanto quiser, mas nunca termine o dia sem fazer as pazes",

Depois do almoço o papa foi à Basílica franciscana de Santa Clara, fundadora da segunda ordem franciscana, conhecida como as Clarissas.

Na saída do templo, milhares de jovens esperavam Francisco com cânticos.

Antes de partir de volta ao Vaticano, o papa visitou o "tugúrio", onde se refugiava São Francisco e os seus na cidade de Rivotorto.

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