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Palestinos de Gaza estão dispostos à trégua

Hamas e a Jihad Islâmica, afirmaram nesta segunda-feira que estão dispostos a restabelecer trégua sob a condição de que Israel "cesse sua agressão" contra o território


	Forças da segurança do Hamas: o Hamas e a Jihad Islâmica estão dispostos a respeitar uma trégua se Israel "fizer o mesmo"
 (Said Khatib/AFP)

Forças da segurança do Hamas: o Hamas e a Jihad Islâmica estão dispostos a respeitar uma trégua se Israel "fizer o mesmo" (Said Khatib/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2012 às 06h55.

Jerusalém - Os principais movimentos palestinos de Gaza, entre eles o Hamas e a Jihad Islâmica, afirmaram nesta segunda-feira que estão dispostos a restabelecer uma trégua sob a condição de que Israel "cesse sua agressão" contra o território.

"Os movimentos islâmicos e nacionalistas palestinos confirmam que a resposta da resistência depende de se a agressão sionista contra nosso povo vai continuar", segundo comunicado assinado por esses grupos e lido pelo porta-voz do Hamas, no poder em Gaza, durante uma coletiva de imprensa.

Eles também insistem que "têm direito de resistir ao ocupante e de enfrentar qualquer agressão mediante todos os meios de resistência", acrescentou o comunicado.

Os signatários "pedem à comunidade internacional e às organizações de defesa dos direitos humanos a atuar imediatamente para deter a agressão sionista; e à Liga Árabe, para apoiar a determinação do povo palestino".

Esse pedido foi feito após um novo episódio de violência na fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel envolvendo grupos armados palestinos e o Exército israelense.


Como em enfrentamentos anteriores, o Egito desempenhou um papel de mediador tentando que os grupos armados de Gaza adotassem um cessar-fogo desde domingo à noite, segundo fontes de segurança egípcias.

Fontes de segurança palestinas afirmam que o Hamas e a Jihad Islâmica estão dispostos a respeitar uma trégua se Israel "fizer o mesmo".

Os confrontos começaram sábado depois de um disparo de foguete antitanque contra um veículo militar israelense na fronteira com Gaza, que desencadeou, em represália, disparos de artilharia contra o território palestino, seguidos de lançamentos de foguetes contra o sul de Israel.

Segundo fontes médicas locais, morreram seis palestinos - quatro civis e dois combatentes - e 35 ficaram feridos. Por outro lado, oito israelenses, entre eles quatro soldados, foram feridos.

O porta-voz da polícia israelense, Micky Rosenfeld, disse que nesta segunda-feira caíram vinte projéteis no sul de Israel, sem que houvesse vítimas.

Antes do amanhecer, a aviação israelense tinha efetuado ataques contra um túnel de contrabando, um depósito de armas no norte da Faixa de Gaza e uma plataforma de tiro no sul desta.

Durante este episódio de violência foram lançados de Gaza 120 foguetes, incluindo seis interceptados pelo sistema antimísseis Iron Dome, segundo o Exército israelense. Várias habitações do sul de Israel foram danificadas.

O braço armado do Jihad Islâmico, as brigadas Al Qods, reivindicou a maioria dos disparos de foguetes e morteiro deste final de semana contra Israel.


"Israel têm direito a se defender"

Enquanto isso, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, realizava consultas com seu ministro da Defensa, Ehud Barak, e com o chefe do Estado-Maior, Benny Gantz, para ponderar a resposta de Israel aos disparos de Gaza, segundo a rádio pública.

Ehud Barak afirmou que "as operações em curso contra o Hamas e as organizações terroristas em Gaza certamente vão se intensificar".

Netanyahu, por sua vez, levou nesta segunda-feira dezenas de diplomatas estrangeiros, segundo observou a AFP, para visitar Ashkelon, uma cidade do sul de Israel que é alvo regular dos foguetes palestinos de Gaza.

"O mundo deve compreender que Israel tem o direito absoluto e a obrigação de proteger seus cidadãos. Não ficaremos de braços cruzados diante desses ataques repetidos, quase diários", afirmou o primeiro-ministro.

Em um comunicado, a representante da UE para Assuntos Exteriores, Catherine Ashton, pediu moderação a ambas partes.

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