John Kerry: "se Assad deixar de cumprir no prazo os temores deste acordo-marco, não se enganem, todos nós concordamos -e isso inclui a Rússia - que haverá consequências" (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 16 de setembro de 2013 às 11h45.
Paris - França, Grã-Bretanha e Estados Unidos aumentaram a pressão nesta segunda-feira sobre o presidente sírio, Bashar al-Assad, para que siga o acordo sob o qual a Síria abriria mão das armas químicas e alertaram que o país sofrerá as consequências se não cumprir com o acetrado.
A Rússia, no entanto, alertou contra a imposição de punições duras ao governo de Assad em caso de descumprimento.
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, reiterou que o acordo alcançado no fim de semana com seu homólogo russo, Sergei Lavrov, tem como objetivo uma resolução da ONU que preveja sanções pelo descumprimento.
"Se Assad deixar de cumprir no prazo os temores deste acordo-marco, não se enganem, todos nós concordamos -e isso inclui a Rússia - que haverá consequências", disse Kerry a jornalistas em Paris, ao lado dos chanceleres da França e Grã-Bretanha.
Mas, em Moscou, Lavrov declarou que a pressa na aprovação de uma resolução punitiva mostra uma "falta de compreensão" sobre o acordo.
No começo deste mês, a Rússia propôs que o arsenal químico sírio fosse colocado sob controle internacional, e em troca a Síria seria poupada de um ataque norte-americano em retaliação pelo suposto uso de armas químicas contra civis, em 21 de agosto. Assad, que nega ter cometido o ataque, disse que estava disposto a abrir mão do seu arsenal de armas químicas.
Rússia e EUA concordaram em voltar ao Conselho de Segurança da ONU e explorar opções para punir o regime sírio em caso de descumprimento. Isso incluiria a discussão de uma nova resolução autorizando o uso da força de acordo com o artigo 7º. da Carta da ONU.
A declaração de Kerry foi feita após discussões envolvendo os chanceleres das três potências ocidentais com poder de veto no Conselho de Segurança, dois dias depois de EUA e Rússia selarem o acordo.
O chanceler francês, Laurent Fabius, salientou que a opção militar contra a Síria não está descartada, mas acrescentou: "Não há solução militar para esse conflito, apenas política".