Países pobres terão prioridade em grãos ucranianos, diz Putin a chefe da ONU
O Kremlin garante que a maioria dos produtos alimentícios ucranianos serão destinados a países europeus
AFP
Publicado em 14 de setembro de 2022 às 17h43.
O presidente russo, Vladimir Putin , considerou que os grãos ucranianos devem ser destinados "prioritariamente" aos países mais necessitados, durante uma conversa com o secretário-geral da ONU, António Guterres, nesta quarta-feira(14).
Em várias ocasiões, a Rússia criticou o acordo alcançado em julho em Istambul para permitir a exportação de trigo e milho da Ucrânia e também — em teoria — as exportações russas afetadas pelas sanções ocidentais.
O Kremlin garante que a maioria dos produtos alimentícios ucranianos serão destinados a países europeus — algo que as autoridades ucranianas negam — e se queixa dos obstáculos enfrentados pelas exportações de cereais e fertilizantes russos.
A discussão se concentrou "principalmente no andamento dos acordos de Istambul sobre a exportação de grãos ucranianos", indicou o Kremlin em nota.
"As duas partes destacam a importância de satisfazer, prioritariamente, as necessidades daqueles que necessitam de alimentos na África, Oriente Médio e América Latina", afirmou o texto.
Guterres "forneceu informações detalhadas sobre os esforços realizados [...] para eliminar todos os obstáculos" às exportações russas, e garantiu estar "totalmente comprometido em resolver esse problema", afirmou o Kremlin.
As críticas russas aos acordos de Istambul despertaram o temor que as exportações ucranianas fiquem novamente bloqueadas, o que poderia afetar a segurança alimentar mundial.
Na semana passada, o Kremlin afirmou que Putin planejava falar sobre esse acordo com seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan. Eles devem se encontrar no Uzbequistão.
Por outro lado, durante sua chamada telefônica com Guterres, o presidente russo também aplaudiu a "cooperação construtiva" com a Agência Internacional da Energia Atômica (AIEA) sobre a questão da central nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia, indicou a presidência russa.
Uma missão da AIEA inspecionou a usina, que foi alvo de bombardeios, no início de setembro.
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