Exame Logo

Países emergentes tem dúvidas sobre financiamento climático

Grandes dúvidas persistem sobre como os países ricos vão aumentar o financiamento para que os mais pobres lidem com as mudanças climáticas

Conferência climática em Lima: decisões aprovadas em Lima no fim de semana ficaram aquém de expectativas (Enrique Castro-Mendivil/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2014 às 10h41.

Lima - Grandes dúvidas persistem sobre como os países ricos vão aumentar o financiamento para que os mais pobres lidem com as mudanças climáticas nos próximos cinco anos, após as conversas climáticas da ONU terem fracassado em decidir planos mais claros.

Em 2009, governos ricos prometeram mobilizar 100 bilhões de dólares por ano até 2020 de fontes públicas, privadas e de outros lugares, a fim de ajudar Estados vulneráveis a se adaptarem a um clima mais extremo e ao crescente nível dos mares, além de se desenvolverem com energia mais limpa.

Os destinatários do dinheiro -da África até o sul da Ásia e o Pacífico- pressionaram os doadores a dar um prazo para aumentarem a assistência frente aos níveis agora estimados nas dezenas de bilhões de dólares por ano.

Alguns países em desenvolvimento também buscaram obter metas preliminares, uma ideia rejeitada por governos -incluindo dos EUA e da Europa- que têm sido abalados por crises econômicas e aperto de gastos.

“Países ricos não devem se enganar que podem escapar de um plano para entregar os 100 bilhões de dólares por ano que prometeram em 2009. É hora de dizer como eles vão agir”, disse Nick Mabey, presidente-executivo do grupo de estudos ambientais E3G, em um comunicado após o fim das negociações.

Houve esperanças neste mês que as negociações no Peru renderiam um robusto processo para aumentar o financiamento climático até 2020, antes de um novo pacto global, que deve ser concordado em Paris no ano que vem, entrar em vigor.

Mas as decisões aprovadas em Lima no fim de semana ficaram aquém dessas expectativas.  “Estamos muito distantes de um caminho confiável para a meta de 100 bilhões de dólares”, disse Sven Harmeling, coordenador de mudanças climáticas para o grupo Care International, descrevendo a linguagem concordada como “muito fraca”.

Especialistas disseram que as palavras utilizadas eram vagas e haviam sido adaptas de textos preliminares. Ainda não estava claro porque os países em desenvolvimento aceitarem este texto, embora possa ser parte de uma estratégia para manter o financiamento como uma moeda de negociação para a conferência principal de Paris, segundo algumas avaliações.

A decisão de Lima sobre financiamento meramente reconhece o compromisso de 100 bilhões de dólares, e então pede para que países desenvolvidos “aumentem os elementos quantitativos e qualitativos disponíveis”. Diz também que os países devem colocar mais ênfase na transparência e na previsibilidade do financiamento.

Mas “fornece claridade zero sobre como países desenvolvidos vão cumprir a promessa de 100 bilhões de dólares”, disse Jan Kowalzig, conselheiro climático da Oxfam Deutschland. “Então países que precisam de apoio na batalha contra mudanças climáticas são deixados no escuro.

Veja também

Lima - Grandes dúvidas persistem sobre como os países ricos vão aumentar o financiamento para que os mais pobres lidem com as mudanças climáticas nos próximos cinco anos, após as conversas climáticas da ONU terem fracassado em decidir planos mais claros.

Em 2009, governos ricos prometeram mobilizar 100 bilhões de dólares por ano até 2020 de fontes públicas, privadas e de outros lugares, a fim de ajudar Estados vulneráveis a se adaptarem a um clima mais extremo e ao crescente nível dos mares, além de se desenvolverem com energia mais limpa.

Os destinatários do dinheiro -da África até o sul da Ásia e o Pacífico- pressionaram os doadores a dar um prazo para aumentarem a assistência frente aos níveis agora estimados nas dezenas de bilhões de dólares por ano.

Alguns países em desenvolvimento também buscaram obter metas preliminares, uma ideia rejeitada por governos -incluindo dos EUA e da Europa- que têm sido abalados por crises econômicas e aperto de gastos.

“Países ricos não devem se enganar que podem escapar de um plano para entregar os 100 bilhões de dólares por ano que prometeram em 2009. É hora de dizer como eles vão agir”, disse Nick Mabey, presidente-executivo do grupo de estudos ambientais E3G, em um comunicado após o fim das negociações.

Houve esperanças neste mês que as negociações no Peru renderiam um robusto processo para aumentar o financiamento climático até 2020, antes de um novo pacto global, que deve ser concordado em Paris no ano que vem, entrar em vigor.

Mas as decisões aprovadas em Lima no fim de semana ficaram aquém dessas expectativas.  “Estamos muito distantes de um caminho confiável para a meta de 100 bilhões de dólares”, disse Sven Harmeling, coordenador de mudanças climáticas para o grupo Care International, descrevendo a linguagem concordada como “muito fraca”.

Especialistas disseram que as palavras utilizadas eram vagas e haviam sido adaptas de textos preliminares. Ainda não estava claro porque os países em desenvolvimento aceitarem este texto, embora possa ser parte de uma estratégia para manter o financiamento como uma moeda de negociação para a conferência principal de Paris, segundo algumas avaliações.

A decisão de Lima sobre financiamento meramente reconhece o compromisso de 100 bilhões de dólares, e então pede para que países desenvolvidos “aumentem os elementos quantitativos e qualitativos disponíveis”. Diz também que os países devem colocar mais ênfase na transparência e na previsibilidade do financiamento.

Mas “fornece claridade zero sobre como países desenvolvidos vão cumprir a promessa de 100 bilhões de dólares”, disse Jan Kowalzig, conselheiro climático da Oxfam Deutschland. “Então países que precisam de apoio na batalha contra mudanças climáticas são deixados no escuro.

Acompanhe tudo sobre:Meio ambienteONUPaíses emergentes

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame