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Pais de estudantes desaparecidos encerram greve de fome

Os pais dos estudantes mexicanos desaparecidos há um ano encerraram o jejum que mantiveram durante 43 horas, uma por cada vítima


	Pais de estudantes desaparecidos no México protestam perto da residência oficial da presidência
 (Alfredo Estrella/AFP)

Pais de estudantes desaparecidos no México protestam perto da residência oficial da presidência (Alfredo Estrella/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2015 às 19h24.

Cidade do México - Os pais dos estudantes mexicanos desaparecidos há um ano encerraram nesta sexta-feira o jejum que mantiveram durante 43 horas, uma por cada vítima, com a promessa de continuar a luta para encontrar os jovens e fazer justiça.

"Cada hora representa a luta inalcançável por nossos companheiros e também a convicção de que a cada instante e a cada hora que passar lutaremos pela apresentação de cada um deles com vida", disse Vidulfo Rosales, advogado dos pais, ao declarar o fim do jejum nesta tarde.

Os parentes iniciaram a greve de fome na quarta-feira na Praça de Constituição da Cidade do México como parte das atividades pelo aniversário do desaparecimento dos 43 alunos da Escola Normal Rural Raúl Isidro Buergos, em Ayotzinapa, ocorrido no dia 26 de setembro de 2014 no município de Iguala, no estado de Guerrero.

"Vamos percorrer cada rua, vamos tocar cada porta, vamos recorrer a cada instância até as últimas consequências. Não importa a repressão e não importam as ameaças", declarou Rosales.

Os pais farão uma grande manifestação neste sábado, no aniversário das desaparições, a fim de exigir que a sociedade não se esqueça de seus filhos.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, os estudantes foram detidos por policiais corruptos de Iguala e entregues a membros do cartel Guerreros Unidos, que supostamente os assassinaram e incineraram seus corpos em um aterro sanitário.

Essa versão foi questionada no início deste mês pelo grupo de analistas independentes designados pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que após seis meses de investigações concluíram que não há evidências para assegurar que os jovens foram queimados nesse local.

Os analistas da CIDH se reuniram na noite de ontem com procuradora-geral Arely Gómez para abordar as recomendações emitidas pelo grupo em torno da investigação do caso.

O órgão detalhou hoje em comunicado que no encontro foi estabelecida a agenda de trabalho entre as duas partes para atender as recomendações.

Em reunião realizada na quinta-feira com os pais dos 43 estudantes, o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, ordenou à Procuradoria-Geral da República incorporar no expediente do caso as recomendações e linhas de investigação propostas pelos analistas.

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