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Otan vai interceptar envio de armas para Kadafi e rebeldes

Segundo presidente da comissão militar, Otan vai defender "todos os civis" da Líbia e não tomará parte no conflito

Rebeldes líbios em Ajdabiya: Otan garante que ataque a zonas povoadas vieram de Kadafi (John Moore/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 31 de março de 2011 às 15h01.

Bruxelas - A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) anunciou nesta quinta-feira que irá interceptar todos os envios de armas à Líbia, inclusive aos rebeldes líbios, mesmo que os arsenais procedam dos países-membros do organismo, que divergem sobre se devem ou não equipar os insurgentes com material militar para os combates ao regime de Muammar Kadafi.

A Aliança Atlântica assumiu nesta quinta-feira o comando total de todas as operações militares na Líbia e insistiu em seu objetivo de aplicar com neutralidade a resolução 1.973 do Conselho de Segurança da ONU, seguindo as declarações feitas em entrevista coletiva pelo presidente do Comitê Militar do organismo, almirante Giampaolo di Paola.

A resolução se limita a autorizar o uso da força na Líbia para cumprir o embargo de armas e a zona de exclusão aérea. Por isso, mesmo que alguns países da Otan apoiem uma ofensiva mais abrangente no país norte-africano, o comando da Otan pretende restringi-la ao mandato expedido pelo Conselho de Segurança da ONU.

A Otan vai defender "todos os civis" da Líbia e não tomará parte no conflito, afirmou Di Paola. Ele ressaltou, no entanto, que os ataques contra a população civil e as zonas povoadas "vieram de um lado, o de Kadafi".

O mesmo esquema se repetirá na vigilância do embargo de armas: "se houver uma embarcação que transporta armas ou mercenários, vamos detê-la", declarou o almirante italiano.

Sua declaração foi feita em meio ao debate interno na Otan sobre se convém ou não armar os rebeldes líbios, diante da nova contraofensiva das forças leais a Kadafi, uma ideia que conta com o apoio de países como Estados Unidos e Reino Unido, mas rechaçada por outros membros da Aliança, como a Bélgica.

O Governo da Espanha, por exemplo, considera que, para a entrega de armas aos rebeldes, seria necessária a aprovação de uma nova resolução da ONU que suspendesse o atual embargo, o que se aplica tanto ao regime de Kadafi quanto aos rebeldes.


O secretário-geral do organismo, Anders Fogh Ramsussen, se mostrou taxativamente contra enviar equipamentos militares aos rebeldes líbios, ao ressaltar que a Otan atua na Líbia "para proteger os civis, não para armá-los".

"Vamos nos concentrar em aplicar o embargo de armas (ditado pela resolução), uma decisão que afeta todas as partes envolvidas no conflito", explicou o secretário-geral da Otan, em entrevista coletiva concedida em Estocolmo junto ao primeiro-ministro sueco, Fredrik Reinfeldt, cujo Governo ofereceu oito aviões de combate JAS 39 Gripen para fazer cumprir a zona de exclusão aérea.

Apesar do compromisso de não enviar soldados para operações terrestres na Líbia, Di Paola se mostrou evasivo sobre se a Otan usará dados de inteligência procedentes de pequenos grupos de forças especiais que alguns países possam ter em terra, como observadores para guiar os bombardeios.

A resolução da ONU estipula que, na Líbia, não deve haver "forças de ocupação", tal como lembrou o militar italiano. "Recolhemos informações dos aliados", por isso, "depende deles" como esses dados são obtidos.

"Não temos forças em terra. Se elas existem em países da coalizão, não é uma presença da Otan", destacou Di Paola.

As operações comandadas pela Aliança Atlântica incluem mais de 100 aviões - de combate, de abastecimento aéreo e de reconhecimento -, assim como navios, enviados por 20 países-membros e alguns de fora da Otan, como Catar e Emirados Árabes Unidos.

A Otan decidiu no domingo passado assumir o comando de todas as operações de proteção de civis e zonas habitadas na Líbia, dias depois de se encarregar da vigilância do embargo de armas e da zona de exclusão aérea sobre a Líbia.

O responsável pela operação, general canadense Charles Bouchard, disse em teleconferência - no quartel aliado de Nápoles (sul da Itália) - que a Aliança já emitiu nesta manhã as primeiras ordens para que seus aviões empreendessem missões na Líbia, realizando assim o processo de transição de comando.

No total, nesta manhã, houve as primeiras 90 decolagens de caças sob ordens da Otan. "A transição foi realizada sem interrupções", assegurou Bouchard.

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Bruxelas - A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) anunciou nesta quinta-feira que irá interceptar todos os envios de armas à Líbia, inclusive aos rebeldes líbios, mesmo que os arsenais procedam dos países-membros do organismo, que divergem sobre se devem ou não equipar os insurgentes com material militar para os combates ao regime de Muammar Kadafi.

A Aliança Atlântica assumiu nesta quinta-feira o comando total de todas as operações militares na Líbia e insistiu em seu objetivo de aplicar com neutralidade a resolução 1.973 do Conselho de Segurança da ONU, seguindo as declarações feitas em entrevista coletiva pelo presidente do Comitê Militar do organismo, almirante Giampaolo di Paola.

A resolução se limita a autorizar o uso da força na Líbia para cumprir o embargo de armas e a zona de exclusão aérea. Por isso, mesmo que alguns países da Otan apoiem uma ofensiva mais abrangente no país norte-africano, o comando da Otan pretende restringi-la ao mandato expedido pelo Conselho de Segurança da ONU.

A Otan vai defender "todos os civis" da Líbia e não tomará parte no conflito, afirmou Di Paola. Ele ressaltou, no entanto, que os ataques contra a população civil e as zonas povoadas "vieram de um lado, o de Kadafi".

O mesmo esquema se repetirá na vigilância do embargo de armas: "se houver uma embarcação que transporta armas ou mercenários, vamos detê-la", declarou o almirante italiano.

Sua declaração foi feita em meio ao debate interno na Otan sobre se convém ou não armar os rebeldes líbios, diante da nova contraofensiva das forças leais a Kadafi, uma ideia que conta com o apoio de países como Estados Unidos e Reino Unido, mas rechaçada por outros membros da Aliança, como a Bélgica.

O Governo da Espanha, por exemplo, considera que, para a entrega de armas aos rebeldes, seria necessária a aprovação de uma nova resolução da ONU que suspendesse o atual embargo, o que se aplica tanto ao regime de Kadafi quanto aos rebeldes.


O secretário-geral do organismo, Anders Fogh Ramsussen, se mostrou taxativamente contra enviar equipamentos militares aos rebeldes líbios, ao ressaltar que a Otan atua na Líbia "para proteger os civis, não para armá-los".

"Vamos nos concentrar em aplicar o embargo de armas (ditado pela resolução), uma decisão que afeta todas as partes envolvidas no conflito", explicou o secretário-geral da Otan, em entrevista coletiva concedida em Estocolmo junto ao primeiro-ministro sueco, Fredrik Reinfeldt, cujo Governo ofereceu oito aviões de combate JAS 39 Gripen para fazer cumprir a zona de exclusão aérea.

Apesar do compromisso de não enviar soldados para operações terrestres na Líbia, Di Paola se mostrou evasivo sobre se a Otan usará dados de inteligência procedentes de pequenos grupos de forças especiais que alguns países possam ter em terra, como observadores para guiar os bombardeios.

A resolução da ONU estipula que, na Líbia, não deve haver "forças de ocupação", tal como lembrou o militar italiano. "Recolhemos informações dos aliados", por isso, "depende deles" como esses dados são obtidos.

"Não temos forças em terra. Se elas existem em países da coalizão, não é uma presença da Otan", destacou Di Paola.

As operações comandadas pela Aliança Atlântica incluem mais de 100 aviões - de combate, de abastecimento aéreo e de reconhecimento -, assim como navios, enviados por 20 países-membros e alguns de fora da Otan, como Catar e Emirados Árabes Unidos.

A Otan decidiu no domingo passado assumir o comando de todas as operações de proteção de civis e zonas habitadas na Líbia, dias depois de se encarregar da vigilância do embargo de armas e da zona de exclusão aérea sobre a Líbia.

O responsável pela operação, general canadense Charles Bouchard, disse em teleconferência - no quartel aliado de Nápoles (sul da Itália) - que a Aliança já emitiu nesta manhã as primeiras ordens para que seus aviões empreendessem missões na Líbia, realizando assim o processo de transição de comando.

No total, nesta manhã, houve as primeiras 90 decolagens de caças sob ordens da Otan. "A transição foi realizada sem interrupções", assegurou Bouchard.

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