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Da Redação
Publicado em 28 de março de 2011 às 12h16.
Bruxelas - A Otan indicou nesta segunda-feira que aplicará "de forma imparcial" a resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a Líbia e está disposta a proteger todos os civis do país sem distinção, estejam eles sob ameaça das forças leais ao líder Muammar Kadafi ou dos rebeldes.
"A Otan aplicará a resolução de forma imparcial", assegurou a porta-voz da Aliança, Oana Lungescu, afirmando que o mandato do Conselho de Segurança pede a defesa de todos os civis e das áreas povoadas.
Fontes da Otan disseram que esse mandato significa que a organização poderia atacar tropas rebeldes caso elas ponham a população civil em perigo, mas lembraram que a violência sistemática utilizada por Kadafi é que levou ao início de uma intervenção internacional.
Essa mesma fonte afirmou que, a priori, as ações seguirão uma linha similar à desenvolvida até agora pela coalizão liderada por França, Reino Unido e Estados Unidos, que, além de impor uma zona de exclusão aérea, atacou alvos terrestres de Kadafi.
O general canadense Charles Bouchard, que comanda de Nápoles as operações aliadas, não quis comentar nesta segunda-feira as "regras de compromisso" sob as quais atuam as tropas da Otan, mas insistiu que o mandato visa exclusivamente à proteção de civis e, portanto, não busca permitir o avanço militar dos rebeldes.
Em entrevista coletiva transmitida ao vivo em Bruxelas, Bouchard destacou também que a Otan agirá com o máximo cuidado para assegurar os "efeitos colaterais mínimos".
A Aliança espera ter o controle total das operações que se desenvolvem na Líbia "em um par de dias", explicou a porta-voz da organização.
"A transição está em curso. Os países estão alocando recursos às autoridades da Otan enquanto falamos, mas essa transição não é instantânea", disse Lungescu em entrevista coletiva em Bruxelas.
Fontes da Aliança calculam que, até quinta-feira, será possível dizer que todas as ações internacionais na Líbia estarão sob comando aliado, efetivando a decisão adotada no domingo pelo Conselho Atlântico - principal órgão de decisão da Otan.
Por enquanto, aviões aliados já começaram a garantir o cumprimento da zona de exclusão aérea, explicou nesta segunda-feira Bouchard de Nápoles.
A Otan espera que sua operação na Líbia seja "o mais curta possível", declarou a porta-voz aliada de Bruxelas.
"Está claro que não há uma solução puramente militar à crise na Líbia. Esperamos que haja uma cessação da violência e uma solução pacífica, com uma transição à democracia, que é o que quer o povo da Líbia", ressaltou Lungescu.