Otan planeja uma intervenção na Líbia, por via das dúvidas
Militares apresentaram aos países membros da Aliança Atlântica diversas opções de intervenção no país
Da Redação
Publicado em 17 de março de 2011 às 12h14.
Bruxelas - A Otan se prepara para intervir na Líbia se a ONU aceitar impor uma zona exclusão aérea para tentar impedir uma vitória do coronel Muammar Kadafi sobre os rebeldes, apesar do risco de desempenhar um papel mínimo e tardio devido às divisões de seus Estados membros.
"A Otan quer que seus planos operacionais estejam prontos até o fim de semana ou no início da próxima semana. Está acelerando seus preparativos, mas atenção: não há nenhum sinal verde para agir", declararam fontes diplomáticas à AFP.
Os militares apresentaram nas últimas 48 horas aos 28 países membros da Aliança Atlântica diferentes opções de intervenção na Líbia: impor uma zona de exclusão aérea, aplicar um embargo às armas e lançar uma missão e caráter humanitário.
Em resposta, os membros da organização pediram aos militares que continuem planejando, já que não descartam novas reuniões durante esta sexta-feira e o fim de semana para decidir seguir ou não adiante.
Por ora, uma intervenção na Líbia, defendida pela França e Grã-Bretanha, assim como por alguns países árabes, continua dependendo de um esperado voto do Conselho de Segurança da ONU, que poderá acontecer nesta quinta-feira.
Embora a China, membro permanente do Conselho de Segurança, possa utilizar seu direito de veto contra esta decisão, as divisões dentro da Aliança Atlântica complicam que a discussão chegue a este ponto.
Turquia e Alemanha se opõem energicamente à qualquer ação militar no mundo árabe e os Estados Unidos não estão muito entusiasmados em impor uma zona de exclusão aérea para fazer pender a balança dentro da aliança, segundo fontes militares.
"Os americanos acham que esta opção não serve para nada, dada a superioridade do exército fiel a Kadafi sobre os rebeldes, e que a única forma de ser eficiente seria intervir com soldados no terreno, algo que não farão, porque já estão muito ocupados no Iraque e Afeganistão", explicaram.
A França, favorável inclusive a uma intervenção que inclua ataques seletivos contra objetivos-chave para o exército líbio, não quer que a Otan esteja na primeira linha da ação, segundo as mesmas fontes.
Paris privilegia uma ação militar com os britânicos e alguns países da região, depois que a Liga Árabe se mostrou partidária de impor uma zona de bloqueio aéreo.
A Otan poderá pedir neste fim de semana a seus países membros que antecipem quais seriam suas contribuições nacionais para os três tipos de operações planejadas.