VENEZUELA: pessoas formam fila em San Cristoban, estado de Táchira, para comprar comida ao amanhecer / John Moore/Getty Images
Da Redação
Publicado em 31 de maio de 2016 às 05h34.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h41.
O que não falta na Venezuela? Ontem, duas grandes companhias aéreas, a alemã Lufthansa e a chilena Latam, anunciaram que deixarão de voar para o país. Em fevereiro, a Gol já havia cortado seus voos para Caracas. A Avianca é a única que (ainda) opera voos entre São Paulo e Caracas.
A redução de bens e serviços se estende a dezenas de setores. Na semana passada, a Coca-Cola anunciou que cessaria a produção de refrigerantes por falta de açúcar. Em abril, a Polar parou de fabricar cerveja. Faltam 80% dos itens da cesta básica, que em março custava 16 salários mínimos.
A Venezuela também enfrenta uma grande seca, que prejudica o abastecimento de água e energia elétrica, obrigando o governo a fazer cortes no fornecimento de luz, a mudar o fuso horário, a inventar uma semana de trabalho de dois dias.
O impasse econômico se transcreve no impasse político — o presidente Nicolás Maduro insiste que é vítima de uma guerra travada pelos empresários apoiados por Washington. No fim de semana, o governo recusou milhares de assinaturas de uma petição assinada por 1,8 milhão de moradores.
O Fundo Monetário Internacional estima que a Venezuela encolha 8% neste ano — o pior desempenho do mundo. A inflação deve passar dos 700%. O desemprego ultrapassou os 20% faz tempo. Alguém quer mesmo voar para Caracas?