Staffan de Mistura, mediador da ONU para a guerra na Síria (Alex Halada/Reuters)
EFE
Publicado em 27 de janeiro de 2018 às 09h59.
Viena - O grupo que reúne as principais facções opositoras ao regime do presidente Bashar al Assad na Síria anunciou nesta sexta-feira que boicotará a conferência de paz organizada pela Rússia em Sochi na próxima semana.
"Foi tomada a decisão de não ir a Sochi", anunciou à Agência Efe um porta-voz da Comissão Suprema para as Negociações após o término, sem avanços, da nona rodada de conversas de paz promovida pela ONU em Viena.
As negociações, que aconteceram na capital austríaca ontem e hoje, contaram com a presença de uma delegação do Executivo sírio e outra da oposição, que se reuniram separadamente com o enviado da ONU para a Síria, Staffan de Mistura.
A reunião em Viena terminou hoje sem nenhum avanço, com a delegação do governo sírio acusando Estados Unidos e Arábia Saudita de sabotarem qualquer tentativa para conseguir uma saída política à guerra civil no país e com a oposição anunciando que não participará da conferência de paz em Sochi.
De Mistura, em um breve pronunciamento aos jornalistas, afirmou que a decisão sobre a participação das Nações Unidas na reunião promovida pela Rússia será tomada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, depois que ele for informado sobre o resultado da rodada de negociações em Viena.
O principal ponto da agenda da reunião de Sochi é a criação de uma comissão constitucional, que será encarregada de redigir a nova Carta Magna do país árabe, de acordo com fontes russas.
Além do governo da Síria e dos principais grupos opositores, a Rússia convidou a Sochi os outros quatro membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, China, Reino Unido e França), assim como Egito, Jordânia, Iraque, Cazaquistão, Líbano e Arábia Saudita.