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Opositor afirma que tomará posse como presidente do Quênia

Raila Odinga afirmou que não reconhece o atual chefe de Estado como presidente legítimo e que tomará posse em 12 de dezembro

Raila Odinga: "Uhuru Kenyatta não é o presidente do Quênia. Não reconhecemos as eleições de 26 de outubro, foram uma farsa. 83% da população as boicotou" (Thomas Mukoya/Reuters)
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EFE

Publicado em 28 de novembro de 2017 às 12h06.

Nairóbi - O líder da oposição do Quênia , Raila Odinga, anunciou que tomará posse como presidente do país no próximo dia 12 de dezembro, já que não reconhece a vitória de Uhuru Kenyatta, que foi empossado no cargo nesta terça-feira, informaram meios de comunicação locais.

Em um comício realizado hoje em Nairóbi minutos depois de Kenyatta tomar posse, Odinga afirmou que não reconhece o atual chefe de Estado como presidente legítimo.

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"Uhuru Kenyatta não é o presidente do Quênia. Não reconhecemos as eleições de 26 de outubro, foram uma farsa. 83% da população as boicotou", afirmou Odinga perante seus seguidores.

O seu partido, a Super Aliança Nacional (NASA, na sigla em inglês), boicotou este pleito por considerar que a Comissão Eleitoral não garantia que não voltariam a se repetir as irregularidades que provocaram a anulação dos resultados dos pleitos presidenciais de 8 de agosto.

O boicote foi fundamental na queda da participação, que caiu de 79,5% para 38,9% (o 83% de abstenção citado hoje pro Odinga é uma estimativa da NASA, não um dado oficial), o que permitiu a Kenyatta alcançar a vitória com mais de 98% dos votos.

No seu discurso de hoje, Odinga apontou como exemplo a seguir os fatos recentes no Zimbabué, onde Robert Mugabe se viu forçado a renunciar após 37 anos no poder, o que abriu passagem para a proclamação como presidente de Emmerson Mnangagwa, que tinha sido destituído como vice-presidente duas semanas atrás.

"Vocês sabem que Raila Odinga não é um covarde. Na semana passada, Mnangagwa foi empossado. Faremos como ele: tomou posse do seu cargo e foi ao palácio presidencial", declarou o líder opositor.

O NASA utilizará a assembleia popular, um mecanismo que anunciou semanas atrás para exercer um poder alternativo no país, para empossar Odinga como presidente do Quênia.

Pouco depois, enquanto Odinga cedia a palavra a outro dos líderes do partido, Musalia Mudavadi, a polícia chegou ao local e começou a lançar gás lacrimogêneo e dispersou a multidão, segundo a emissora "Citizen TV".

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