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Protestos na Ucrânia lembram agressão a jornalista

Jornalista agredida era conhecida por suas investigações sobre corrupção. Protestos acontecem no centro de Kiev e na casa de campo do presidente


	Manifestante segura foto de jornalista espancada na Ucrânia: centenas de manifestantes protestam contra agressão a Tetiana Tchornovol
 (Gleb Garanich/Reuters)

Manifestante segura foto de jornalista espancada na Ucrânia: centenas de manifestantes protestam contra agressão a Tetiana Tchornovol (Gleb Garanich/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 29 de dezembro de 2013 às 13h45.

Milhares de opositores pró-europeus protestaram neste domingo no centro de Kiev e diante da casa de campo do presidente ucraniano para denunciar a agressão a uma jornalista conhecida por suas investigações sobre corrupção.

Paralelamente às manifestações no centro de Kiev, 5.000 pessoas se dirigiram neste domingo a Mejiguiria, a muito protegida casa de campo do presidente ucraniano Viktor Yanukovich, localizada a 15 km da capital.

Os manifestantes, carregando bandeiras da Ucrânia e da União Europeia, se instalaram na praça central da localidade de Novi Petrivtsi, a 300 metros da residência do presidente, protegida por um cordão policial, por caminhões e ônibus.

Esta residência se converteu em um dos símbolos da corrupção do regime após várias investigações sobre sua privatização ilegal, publicadas na imprensa nos últimos anos.

Além disso, foi alvo de vários artigos da jornalista de oposição Tetiana Tchornovol, violentamente agredida na quarta-feira.

"As autoridades não podem se esconder atrás de muros e não ouvir seu povo. Verão que somos muitos e que não temos medo. Da próxima vez milhões de pessoas estarão aqui", declarou o famoso boxeador Vitali Klitschko, um dos líderes da oposição, que participou deste protesto.


Os manifestantes carregavam um caixão e gritavam "Kiev, levante!" e "Yanukovich, corra!".

No centro de Kiev, em Maidan, a praça da Independência que se transformou em um dos locais emblemáticos dos protestos, entre 50.000 e 60.000 pessoas se reuniram neste domingo.

Trata-se do sexto domingo consecutivo que os opositores convocam uma manifestação após a renúncia do poder ucraniano de se aproximar da União Europeia em benefício da Rússia.

As autoridades ultrapassaram os limites

A recente agressão de Tetiana Tchornovol, de 34 anos, uma jornalista conhecida por suas investigações sobre corrupção, reforçou o movimento de protesto que exige a renúncia do presidente Yanukovich.

Chornovil, que escreve artigos considerados muito críticos sobre o presidente ucraniano e seus aliados, foi agredida por desconhecidos que quebraram seu nariz e provocaram múltiplos traumatismos e uma concussão.


Os embaixadores de Estados Unidos, França, Alemanha, Finlândia, Bélgica e Canadá visitaram no sábado a jornalista, que ainda está hospitalizada.

Os líderes da oposição denunciam o "Estado policial" que está sendo instalado pelo presidente Yanukovich.

"Não quero um retorno ao stalinismo, ao império soviético, destes bandidos no poder que juraram fidelidade a Moscou", declarou Oleg Tiagnibok, um dos líderes da oposição.

Tiagnibok se referia à ajuda econômica que a Rússia concedeu à Ucrânia - um empréstimo de 15 bilhões de dólares e uma diminuição de um terço do preço do gás que vende ao país - durante uma visita do presidente Yanukovich a Moscou no dia 17 de dezembro.

A oposição ucraniana considera que o plano de resgate russo é o primeiro passo para uma futura entrada da Ucrânia na união aduaneira entre ex-repúblicas soviéticas, que servirá de base para formar uma grande união euroasiática, como quer Putin.

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