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Oposição tacha lei que diferencia árabes de racista

Setores da oposição e da esquerda israelense tacharam de racista lei que diferencia os árabes muçulmanos dos árabes cristãos


	Bandeira de Israel: lei obedece a uma política contra a população palestino-israelense
 (Arquivo/Wikimedia Commons)

Bandeira de Israel: lei obedece a uma política contra a população palestino-israelense (Arquivo/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2014 às 10h35.

Jerusalém - Setores da oposição e da esquerda israelense tacharam de racista a polêmica lei aprovada no início da semana pelo Parlamento, a qual diferencia os árabes muçulmanos dos árabes cristãos, informou nesta quarta-feira o jornal progressista "Ha"aretz".

Segundo os opositores, essa lei obedece a uma política de "divide e vencerás" contra a população palestino-israelense e poderia supor um perigoso precedente na hora de legislar os direitos, como o do trabalho, para outros grupos.

A lei, que dobra o número de minorias no comitê nacional de direitos dos trabalhadores, foi apresentada na segunda-feira por Yariv Levin, deputado do partido direitista Likud, e acabou sendo aprovada com 31 votos a favor e seis contra, após várias semanas de calorosos debates na comissão parlamentar.

"O objetivo da mesma é trabalhar a favor das minorias que têm dificuldades para achar trabalho e dar-lhes representatividade em um comitê assessor", explicou Haim Katz, presidente do comitê laboral do Parlamento ("Knesset").

No entanto, a oposição responde que, no caso dos árabes-israelenses, a diferenciação entre cristãos e muçulmanos não é precisa, já que ambos compartilham os mesmos problemas trabalhistas. Seria como, por exemplo, diferenciar os "ultra-ordoxos lituanos e sefarditas".

"Talvez devessem então dividir a população judaica em poloneses, iemenitas e marroquinos?", argumentou a deputada do partido esquerdista "Meretz" Zahava Gal-On.

"O exame do Parlamento de "Amor ao Estado judeu" esvazia de significado o conceito de cidadania, no qual não se diferencia por razão de religião, cor ou sexo", argumenta hoje o jornal "Ha"aretz" em seu editorial.

"Este teste pinta à minoria muçulmana como uma entidade à parte, sob a sombra do ódio e da suspeita. Esta distinção é desenhada para encorajar os conflitos entre as minorias ao estilo "divide e vencerás", que solapa os acordos de Israel com a comunidade internacional, e o coloca entre os estados obscuros", acrescenta o artigo.

Segundo cálculos oficiais, há 1,6 milhão de árabes-israelenses em Israel, número que representa 20% da população do país, sendo que 9% deles são cristãos e a maioria vive na zona setentrional.

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