Mundo

Oposição síria se nega a dialogar até presidente renunciar

A aliança fez este anúncio em comunicado depois de se reunir no Cairo, no dia seguinte às polêmicas declarações de seu presidente, que estaria disposto ao diálogo


	Rebeldes celebram a tomada do vilarejo de Aljanodiya, Síria, 30 de janeiro, 2013
 (Aamir Qureshi/AFP)

Rebeldes celebram a tomada do vilarejo de Aljanodiya, Síria, 30 de janeiro, 2013 (Aamir Qureshi/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de janeiro de 2013 às 19h27.

Cairo - A Coalizão para as Forças da Revolução e a Oposição Síria (CNFROS) afirmou nesta quinta-feira que qualquer diálogo para buscar uma saída ao conflito sírio não vai acontecer até que o regime de Bashar al Assad abandone o poder.

A aliança fez este anúncio em comunicado depois de se reunir no Cairo, no dia seguinte às polêmicas declarações de seu presidente, Ahmed Muaz al-Khatib, que estaria disposto a dialogar com representantes do regime.

"A coalizão está comprometida com sua ata de fundação, que estipula que qualquer negociação ou diálogo não será realizado salvo com a saída do regime e toda sua cúpula", diz a nota.

Além disso, o órgão político da CNFROS, presidido por Al-Khatib, deu boas-vindas a qualquer iniciativa ou esforço internacional que para conseguir esses objetivos.

Estas declarações se produzem depois que al-Khatib afirmou na quarta-feira, em sua conta do Facebook, que estava preparado para participar de um diálogo direto com membros do regime sírio, mas com condições.

O presidente da CNFROS qualificou esta passagem de "uma iniciativa de boas intenções para buscar uma saída política à crise e para preparar um período de transição que evite um maior derramamento de sangue".


Entre as condições citadas por al-Khatib antes de um diálogo figuram a libertação de 160 mil detidos e que as embaixadas sírias ofereçam passaportes novos aos refugiados e exilados cujos documentos tenham perdido.

Sua proposta foi imediatamente rejeitada pelo Conselho Nacional Sírio (CNS), principal grupo dentro da CNFROS, que expressou sua "rejeição total em negociar com o regime criminoso".

Por outro lado, a coalizão síria condenou hoje o ataque aéreo israelense contra território sírio da quarta-feira e pôs em dúvida as ameaças de Damasco, que qualificou de "comunicados vazios e ruídos molestos".

O regime sírio ameaçou responder ao ataque de Israel, uma represália que poderia chegar como uma "surpresa" para os israelenses.

A CNFROS disse que ninguém na Síria "é capaz de distinguir os aviões de Al-Assad e os dos sionistas, já que os criminosos se multiplicaram".

Na nota, a aliança opositora promete ao povo sírio que trabalhará com seriedade para impedir este tipo de violação com todos os meios políticos e diplomatas e garantiu a preparação de uma força capaz de dissuadir as agressões israelenses do futuro.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaGuerrasSíria

Mais de Mundo

Governo Lula se diz irritado com falas de Maduro, mas evita responder declarações

Netanyahu discursa no Congresso americano sob protestos de rua e boicote de dezenas de democratas

Em discurso a irmandade negra, Kamala pede ajuda para registrar eleitores e mobilizar base a votar

Grupo armado sequestra 13 pessoas perto da fronteira da Colômbia com a Venezuela

Mais na Exame