Menina brinca com bola em rua de Homs, na Síria: oposição disse que a oposição tem provas de que forças governamentais atacaram comboio humanitário (Thaer Al Khalidiya/Reuters)
Da Redação
Publicado em 10 de fevereiro de 2014 às 10h44.
Genebra - A oposição síria pediu nesta segunda-feira à Rússia que não vete o projeto de resolução que a França apresentará no Conselho de Segurança da ONU para abrir corredores humanitários na Síria, onde existem cerca de quarenta lugares com população civil que estão sob cerco militar.
"Entendemos que o Conselho de Segurança da ONU vai revisar o caso e tomará uma decisão nos próximos dias. Pedimos à Rússia que não bloqueie o voto porque se fizer isso será parte do regime que está matando seu próprio povo", declarou o porta-voz opositor Louay Safi.
Após a primeira reunião da oposição com o mediador Lakhdar Brahimi, no início da segunda rodada de negociações de paz com o governo, o porta-voz exigiu que o regime detenha a violência armada no país.
O pedido coincide com novos bombardeios com barris carregados de explosivos por parte das tropas do regime registrados hoje na cidade de Aleppo.
Safi denunciou que 1.800 sírios morreram na semana passada na Síria -a metade em Aleppo- como consequência "do aumento do uso dos barris explosivos, que podem destruir um edifício inteiro".
"Não é possível que o governo envie uma delegação para falar supostamente de paz em Genebra, enquanto está matando seu povo. Pedimos à comunidade internacional que faça algo a respeito", declarou Safi aos jornalistas.
O porta-voz também se referiu ao fracasso da trégua humanitária de três dias declarada em Homs e acusou o governo de ser o único responsável de que isto tenha ocorrido.
"Compartilhamos com o mediador Brahimi dois relatórios que recebemos de Homs que documentam a violação do cessar-fogo por parte do regime", indicou.
O mediador assegurou que a oposição conta com provas de que forças governamentais atacaram o comboio humanitário da ONU que tentou entrar na parte antiga dessa cidade no sábado, causando a morte "de pelo menos três civis e deixando muitos mais feridos".
"Trata-se de regime criminoso que não economizará nenhuma violência para controlar o país", acrescentou.
Atualização às 11h44 de 10/02/2014