Mundo

Oposição pede que Rússia e Turquia forcem Assad a cumprir trégua

Segundo o vice-presidente da CSN, "Todas as facções da oposição que assinaram a trégua a estão respeitando"

Bashar al-Assad: a CSN é a principal aliança de oposição na Síria e engloba tanto grupos políticos como militares (Sana/Divulgação/Reuters)

Bashar al-Assad: a CSN é a principal aliança de oposição na Síria e engloba tanto grupos políticos como militares (Sana/Divulgação/Reuters)

E

EFE

Publicado em 10 de janeiro de 2017 às 10h26.

Beirute - O vice-presidente da Comissão Suprema para as Negociações (CSN) da oposição na Síria, George Sabra, exigiu nesta terça-feira que Rússia e Turquia obriguem o regime de Bashar al-Assad a cumprir a trégua declarada no país árabe no dia 30 de dezembro.

"Todas as facções da oposição que assinaram a trégua a estão respeitando, por isso pedimos a Moscou e Ancara que obriguem o regime a cumpri-la", disse Sabra à Agência Efe por telefone.

A CSN é a principal aliança de oposição na Síria e engloba tanto grupos políticos como militares.

Sabra afirmou que o cessar-fogo respondeu aos pedidos do povo sírio e "as facções o assinaram em nome da revolução, mas existe uma parte que não o cumpre, e é o regime e suas milícias, que estão cometendo violações, especialmente no vale do (rio) Barada".

Essa região a noroeste de Damasco, por onde passa o rio Barada, que abastece de água a capital, é cenário de enfrentamentos entre ambos os lados desde o fim de dezembro.

A trégua atual na Síria é fruto de um acordo entre Rússia, aliada do regime de Assad, e Turquia, que apoia a oposição, países que também concordaram com a convocação de uma rodada de negociações de paz, prevista para o dia 23 de janeiro em Astana, no Cazaquistão.

Apesar de Moscou ter afirmado que a oposição e o exército sírio tinham se comprometido por escrito a participar de conversas de paz, Sabra revelou que a CSN ainda não decidiu se comparecerá ou não à reunião na capital cazaque.

"Não recebemos ainda qualquer convite, não conhecemos o programa, nem a lista de convidados, nem o objetivo, por isso não tomamos nenhuma decisão a respeito", ressaltou o vice-presidente da CSN.

Sabra, que é integrante da equipe de negociação da oposição, reiterou que sua organização defende a aplicação da Declaração de Genebra, aprovada em junho de 2012 pela comunidade internacional e que estipula a criação de um órgão de governo transitório na Síria, com nomes do regime e da oposição.

Esse órgão, lembrou Sabra, deveria ter todas as prerrogativas do presidente e do Executivo.

Além disso, o dirigente da CSN fez uma convocação para que sejam implementadas as resoluções do Conselho de Segurança da ONU relativas ao fim dos bombardeios e à entrada de ajuda humanitária.

Acompanhe tudo sobre:Bashar al-AssadGuerrasRússiaSíriaTurquia

Mais de Mundo

Violência após eleição presidencial deixa mais de 20 mortos em Moçambique

38 pessoas morreram em queda de avião no Azerbaijão, diz autoridade do Cazaquistão

Desi Bouterse, ex-ditador do Suriname e foragido da justiça, morre aos 79 anos

Petro anuncia aumento de 9,54% no salário mínimo na Colômbia