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Oposição egípcia fará passeata para celebrar 'vitória da revolução'

Grupos consideram que fim da Lei de Emergência, que dá poderes à polícia, é um dos objetivos mais urgentes

Praça Tahrir após a queda de Mubarak no Egito: oposição fará festa na sexta-feira (John Moore/Getty Images)

Praça Tahrir após a queda de Mubarak no Egito: oposição fará festa na sexta-feira (John Moore/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2011 às 07h47.

Cairo - A oposição egípcia celebrará na próxima sexta-feira "a vitória da revolução" através de passeatas na praça Tahrir, que também têm o objetivo de garantir a aplicação das medidas reivindicadas pela população.

"Certamente vamos participar da passeata para celebrar a vitória desta revolução e seguir seus objetivos", disse à Agência Efe o dirigente do grupo opositor Al-Ghad e ex-candidato presidencial Ayman Nour.

Depois da renúncia de Hosni Mubarak à Presidência do Egito na última sexta-feira, os pedidos da oposição e dos jovens que incitaram os protestos em 25 de janeiro incluem a anulação da Lei de Emergência, vigente no país desde 1981.

Sobre esta lei, que dá amplos poderes à Polícia e permite detenções sem acusação, Nour expressou sua confiança de que o Exército cumprirá sua promessa de anulá-la assim que as circunstâncias do país permitirem.

Para o grupo Irmandade Mulçumana, que representa a maior força opositora no Egito, a anulação desta lei continua sendo uma das medidas mais urgentes a serem tomadas no país.

"Apreciamos o que a junta militar anunciou ontem e vemos que está na direção correta, mas há pedidos urgentes como a anulação da Lei de Emergência e a libertação dos presos políticos", disse à Efe Mohamed Morsi, um porta-voz do grupo.

O Conselho Supremo das Forças Armadas do Egito anunciou no domingo a dissolução do Parlamento, informou que assumirá as funções legislativas e determinou que o período de transição para um poder civil se prolongará por seis meses.

Morsi assegurou que seu grupo vai participar do que chamou de "festa da nação" na sexta-feira.


"A participação é um dever de todos para mostrar que o Egito está realizando sua revolução branca (pacífica) e para expressar o apreço às Forças Armadas, que protegeram a revolução e que sempre dizem que a revolução é legítima", acrescentou.

Para Morsi, a recusa de alguns jovens em deixar a praça Tahrir, palco dos protestos e onde ainda há dezenas de manifestantes, é "normal" após os protestos que contaram "com a participação de milhões de pessoas".

O que se organiza para a próxima sexta-feira nessa praça "é no marco da celebração e não do protesto", disse o porta-voz da Irmandade Mulçumana.

O motivo da concentração "agora é de festa e também simbólico, para mostrar o que mais queremos que é a anulação da Lei de Emergência e a libertação dos presos", ressaltou Morsi.

Por sua vez, o Movimento 6 de Abril, grupo que convocou os protestos que eclodiram em 25 de janeiro, pediu nesta segunda-feira em comunicado a libertação dos presos políticos e das pessoas que foram detidas na revolta popular.

A organização exigiu também "abrir uma investigação sobre a existência de prisões secretas".

O movimento opositor disse que representantes das Forças Armadas prometeram ao grupo que os detidos nos protestos serão libertados nos próximos dias, enquanto os presos políticos sairão das prisões "gradualmente".

Além disso, pede que se acelerem esses passos, e não sejam aplicadas as sentenças de tribunais militares que condenaram alguns presos políticos.

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