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Oposição e chavismo medem forças nas ruas da Venezuela

A tensão no país alcança um nível máximo, com o governo acusando a oposição de "terrorismo" e os opositores denunciando repressão e torturas

Venezuela: Maduro anunciou a ativação de uma operação militar, policial e civil para derrotar um "golpe de Estado" (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Venezuela: Maduro anunciou a ativação de uma operação militar, policial e civil para derrotar um "golpe de Estado" (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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AFP

Publicado em 19 de abril de 2017 às 10h39.

Opositores e simpatizantes do presidente venezuelano Nicolás Maduro devem medir forças nesta quarta-feira nas ruas, entre os temores de novos episódios de violência e de um aprofundamento da grave crise política e econômica que abala o país.

A oposição promete o que será "a mãe de todas as marchas", a sexta passeata no mês de abril, para exigir eleições gerais e respeito ao Parlamento, único poder público em que tem maioria.

A tensão está no nível máximo. Na terça-feira à noite, Maduro anunciou a ativação de uma operação militar, policial e civil para derrotar um "golpe de Estado", que atribui à oposição e aos Estados Unidos.

"Estamos nas horas cruciais do destino de nossa pátria e vou estar à frente desta batalha", disse o presidente socialista, ao lado de líderes políticos e comandantes militares.

Para a oposição, o plano de segurança "busca intimidar", o que, afirma em um comunicado, "evidencia a fragilidade e o temor do povo nas ruas".

Os opositores pretendem chegar ao coração da cidade, mas Maduro advertiu que "o povo" tomará as ruas e não poderão entrar nesta área da capital, reduto dos chavistas.

"Se a direita quer marchar, que o faça no leste", disse.

Policiais e militares bloquearam o percurso em passeatas anteriores e as ruas de Caracas foram cenário de confrontos com manifestantes encapuzados, que lançaram pedras e coquetéis molotov, em meio a nuvens de gás lacrimogêneo.

O governo acusa a oposição de "terrorismo", enquanto os opositores acusam as forças de segurança de repressão e torturas. A onda de protestos já deixou cinco mortos, dezenas de feridos e mais de 200 detidos.

Preocupados, 11 países da América Latina pediram ao governo chavista "garantias" ao direito de protesto pacífico, o que o ministério das Relações Exteriores chamou de "interferência grosseira".

O governo do presidente americano Donald Trump fez uma dura advertência aos funcionários públicos venezuelanos para que desistam da repressão.

"Estamos enfrentando uma arremetida internacional (...) Os Estados Unidos deram luz verde e aprovação para um processo golpista de escalada para a intervenção de Venezuela", reagiu Maduro.

Em uma demonstração de força, o presidente liderou na segunda-feira uma cerimônia militar na qual recebeu das Forças Armadas, aliado chave com enorme poder político e econômico, a promessa de "lealdade incondicional".

O presidente do Legislativo, Julio Borges, pediu então aos militares que sejam "leais apenas à Constituição. Maduro reagiu e o acusou de liderar a "convocação golpista" e a rebelião militar, e o ameaçou com um processo judicial.

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