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Oposição decide seguir com impeachment da presidente sul-coreana

Os líderes dos três principais partidos opositores indicaram em comunicado que não negociarão a proposta de Park

Park Geun-hye: a chefe de Estado deixou seu cargo nas mãos do parlamento (Kim Hong-Ji/Reuters)
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EFE

Publicado em 30 de novembro de 2016 às 08h20.

Seul - A oposição da Coreia do Sul anunciou nesta quarta-feira que seguirá adiante com a moção para o processo de destituição da presidente Park Geun-hye, apesar de a política ter aceitado renunciar antes do fim de seu mandato.

Os líderes dos três principais partidos opositores - Democrático, do Povo e da Justiça - indicaram em comunicado que não negociarão a proposta de Park, que ontem fez uma declaração na televisão visivelmente abalada pelo escândalo da "Rasputina coreana".

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A chefe de Estado, que perdeu o apoio da população e de todos os partidos políticos, inclusive o seu (Saenuri), deixou seu cargo nas mãos do parlamento, ao qual pediu para organizar o calendário e os procedimentos legais para sua renúncia e a correspondente transferência do poder.

A proposta de Park "é um movimento político que procura cometer ilegalidades e atos inconstitucionais na Assembleia Nacional", criticou a oposição no comunicado, ao acusar a presidente de tentar evitar o impeachment.

Segundo a oposição, Park pretende ganhar tempo para promover uma mudança na Constituição que permita encurtar o mandato presidencial dos atuais cinco para quatro anos, garantindo deste modo uma retirada digna.

Os líderes opositores expressaram que "os cidadãos não querem receber o ano novo com Park", já que esta "traiu sua credibilidade" ao supostamente colaborar com os atos ilícitos de sua amiga Choi Soon-sil, a "Rasputina coreana".

A presidente foi assinalada pelos procuradores como "cúmplice" de Choi Soon-sil, que supostamente interveio em assuntos de Estado sem ocupar cargo público e extorquiu empresas para obter numerosas somas de dinheiro que teria se apropriado parcialmente, entre outros atos irregulares.

A oposição conta com 165 das 300 cadeiras da Assembleia Nacional, razão pela qual precisaria do voto a favor de deputados do partido governante Saenuri para conseguir os dois terços necessários para o processo de destituição.

A probabilidade que o impeachment siga adiante é grande devido ao fato de que a maioria dos deputados do Saenuri viraram as costas para sua líder.

Cerca de dois milhões de pessoas - segundo os organizadores - se manifestaram nas principais cidades do país no quinto dia de protestos maciços para pedir a renúncia de Park, cuja popularidade caiu para 4%, o número mais baixo de um líder sul-coreano na história.

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