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Oposição colombiana rejeita acordo e pede reunião com as Farc

Encontro com representantes do governo rejeitou o novo pacto alcançado com a guerrilha

Negociações de Paz na Colômbia: oposição colombiana enviou uma série de pedidos para modificar o acordo original (John Vizcaino/Reuters)

Negociações de Paz na Colômbia: oposição colombiana enviou uma série de pedidos para modificar o acordo original (John Vizcaino/Reuters)

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AFP

Publicado em 22 de novembro de 2016 às 09h37.

Os representantes da oposição na Colômbia ao acordo de paz com as Farc rejeitaram nesta segunda-feira o novo pacto alcançado com a guerrilha, com a qual solicitaram uma reunião, após um encontro de mais de seis horas com os representantes do governo.

"Insistimos esta noite em um acordo nacional para introduzir algumas modificações ao acordo ajustado entre o governo e as Farc. O governo negou, esta noite, a possibilidade deste acordo nacional sobre temas substanciais", declarou o ex-presidente Álvaro Uribe, ferrenho opositor das negociações com o grupo rebelde.

O ex-presidente e atual senador se reuniu, ao lado de outros líderes da campanha do "Não" ao primeiro acordo alcançado com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), rejeitado em 2 de outubro em um plebiscito, com uma delegação do governo do presidente Juan Manuel Santos, que apresentou o novo pacto alcançado com os insurgentes em 12 de novembro.

Os opositores afirmaram que se alguns de seus pedidos não forem incluídos no acordo, que o governo e as FARC chamaram de definitivo e imodificável, o pacto "é apenas um retoque do acordo rejeitado pelos cidadãos".

Entre os pedidos apresentados na segunda-feira ao novo acordo está o de não permitir a elegibilidade política de autores de crimes graves enquanto cumprem suas penas, eliminar o narcotráfico como conexo ao delito político e que o acordo não entre na Constituição, entre outras solicitações.

"O governo nos disse que estes temas não podem ser revisados", disse Uribe, que considera "fundamental" a referendo da população ao acordo ou sobre "os pontos citados de divergência". Tanto o governo como a guerrilha são favoráveis à implementação do acordo por meio Congresso, que tem maioria governista.

"Temos toda a disposição de dialogar com o governo e as Farc sobre as modificações nos temas citados. Para este diálogo propomos aproveitar a presença em Bogotá dos líderes das Farc", afirmou o ex-presidente.

Os dirigentes da guerrilha chegaram à Colômbia, procedentes de Cuba, sede das negociações desde 2012, para preparar a cerimônia de assinatura da paz, que ainda não tem data definida.

O coordenador da equipe de negociação do governo, Humberto de la Calle, que participou na reunião, fez um apelo de urgência para implementar o novo acordo pela "fragilidade" do cessar-fogo bilateral vigente desde agosto.

Ele propôs um rascunho de um acordo nacional para a implementação do que foi acordado com o grupo insurgente, o principal e mais antigo do país, para superar um conflito armado de meio século.

De la Calle destacou que o novo acordo foi resultado de dias inteiros de renegociação com a guerrilha, após a derrota no plebiscito.

"O resultado foi um novo acordo com mudanças, ajustes e precisões em praticamente todos os temas", afirmou De la Calle.

Segundo o governo, o pacto inclui alterações em 56 dos 57 pontos questionados pela oposição.

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