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Opep: não há espaço para alta na oferta de petróleo

De aordo com a organização, as grandes reservas dos países consumidores e as incertezas na zona do euro segurarão as importações

Plataforma de extração de petróleo: emergentes devem ser os principais responsáveis pela demanda do setor em 2010 (Felipe Dana/Divulgação)

Plataforma de extração de petróleo: emergentes devem ser os principais responsáveis pela demanda do setor em 2010 (Felipe Dana/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2010 às 10h12.

Viena - A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) estima que não há "espaço" para aumento da oferta de petróleo devido ao forte crescimento das provisões de seus concorrentes, pelo alto nível das reservas nos países consumidores e a incerteza pela crise na zona do euro.

Em seu relatório mensal de hoje, a Opep confirmou a expectativa de que a demanda reivindica de petróleo crescerá 1,12% em 2010 na comparação com 2009, situando-se em 85,37 milhões de barris diários (mbd).

Com isso, manteve inalterados os cálculos de um mês atrás sobre o crescimento anual do consumo. As economias emergentes devem puxar os negócios, diante da contração das nações industrializadas.

No primeiro trimestre de 2010, "a queda no consumo petroleiro da Europa, em um milhão de bd, provocou a redução (anualizada) de 0,8 mbd" no total dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Para o ano, a Opep prevê que a demanda europeia retroceda 4%, uma tendência liderada pela Alemanha, Reino Unido, França e Itália, onde a contração anual do consumo de "ouro negro" alcançaria 8%.

Os analistas da organização advertem que a situação na zona do euro, onde os desafios "parecem estar longe de uma solução", deve "ser observado com atenção".

A crise de dívida em várias economias europeias e a aplicação de rigorosos ajustes fiscais "estão causando uma queda adicional do consumo de petróleo", destacam no relatório.


A Opep revisou para cima a oferta petrolífera dos países não membros da organização, cifrada em 51,78 mbd, 640 mil bd a mais do que em 2009 e 110 mil bd acima do estimado no relatório anterior.

Com relação aos estoques, os analistas do grupo de 12 países ressaltaram que essas reservas continuaram aumentando nos Estados Unidos e no Japão.

"Embora a demanda tenha registrado alguma melhora, esta foi compensada pelo aumento nas provisões. Além disso, diante dos riscos atuais, há uma considerável incerteza sobre o desenvolvimento no segundo semestre", acrescentam.

Essa percepção de incerteza, junto ao "crescente desequilíbrio entre a oferta e demanda, demonstra a necessidade de uma aproximação cautelosa na hora de avaliar o desenvolvimento do mercado", adverte a Opep.

Dada a situação física do mercado petroleiro, calculam que o volume de barris que o mundo precisaria de seus países-membros será neste ano em média de 28,77 mbd, 15 6 mil bd menor à demanda de 2009, quando já havia recuado em 2,4 mbd com relação a 2008.

"Isto não deveria deixar espaço para provisões adicionais de petróleo", estima a Opep.

Os ministros da Opep devem reunir-se em outubro em Viena para revisar a situação do mercado e reajustar o nível de sua oferta.

Pelos números, o bombeamento do grupo aumentou no mês passado, até totalizar os 29,26 mbd, 140,9 mil a mais que em abril, devido a um forte aumento da produção iraquiana.


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