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ONU vota sobre Jerusalém após advertência de Trump

Votação é alvo de uma forte pressão da administração de Donald Trump, que ameaçou cortar os fundos dos países que apoiarem a medida

Donald Trump (Jim Lo Scalzo/Reuters)

Donald Trump (Jim Lo Scalzo/Reuters)

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AFP

Publicado em 21 de dezembro de 2017 às 10h49.

Os Estados-membros das Nações Unidas votam nesta quinta-feira (21) um projeto de resolução que rejeita o reconhecimento por parte dos Estados Unidos de Jerusalém como a capital de Israel.

A votação é alvo de uma forte pressão da administração de Donald Trump, que ameaçou cortar os fundos dos países que apoiarem a medida.

Na véspera, Trump lançou uma advertência aos países que pretendem votar a favor da resolução contra os Estados Unidos e os ameaçou de cortar qualquer financiamento americano.

"Tomam de nós centenas de milhões de dólares e, inclusive, bilhões de dólares e, depois, votam contra nós. Bem, estaremos observando estes votos", prosseguiu.

"Deixem que votem contra nós. Economizaremos um montão. Não nos importa", insistiu.

Na terça-feira, o ministro palestino das Relações Exteriores, Riyad al-Malki, já havia acusado os Estados Unidos por causa dessas ameaças.

"Os Estados Unidos estão cometendo outro erro ao (...) ameaçar os países e suas decisões soberanas sobre como votar", declarou Al-Malki.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rejeitou a votação desta quinta na ONU - "uma casa das mentiras", segundo ele.

"Jerusalém é a capital de Israel, reconheça a ONU, ou não", frisou.

A Assembleia Geral da ONU fará essa sessão de emergência depois de os Estados Unidos vetarem uma mesma medida no Conselho de Segurança.

Turquia e Iêmen solicitaram a reunião urgente da Assembleia em nome do grupo de países árabes e da Organização de Cooperação Islâmica (OCI).

Os dois países circularam um projeto de resolução na terça-feira que reflete o projeto vetado por Washington, reafirmando que qualquer decisão sobre o estatuto de Jerusalém não tem efeito e deve ser revogada.

Assim como o texto apresentado pelo Egito, o projeto de resolução que a Assembleia de 193 países votará não menciona a decisão de Trump, mas expressa "uma profunda preocupação com as recentes decisões acerca do estatuto de Jerusalém".

O presidente da Assembleia Geral, Miroslav Lajcak, informou sobre a sessão de emergência em uma carta enviada na noite de segunda-feira às 193 delegações.

Os Estados Unidos vetaram na segunda-feira o projeto de resolução que reafirmava que qualquer decisão sobre o status de Jerusalém carece de efeito legal.

O Egito havia apresentado o projeto que era apoiado pelos outros 14 membros do Conselho de Segurança.

O embaixador palestino, Riyad Mansur, disse que será apresentado um projeto de resolução similar na assembleia e espera total apoio.

Ao contrário do Conselho de Segurança, nenhum país tem poder de veto na Assembleia Geral.

Anunciada em 6 de dezembro, a decisão de Trump de reconhecer Jerusalém rompeu com o consenso internacional, deflagrando protestos em todo mundo muçulmano e provocando uma forte condenação.

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