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ONU vê sinais de alerta de genocídio na República Centro-africana

Cerca de 180 mil pessoas foram expulsas de seus lares este ano, elevando o número total de deslocados no país a mais de meio milhão de pessoas

RCA: "Os primeiros sinais de alerta de genocídio estão aí" (Issouf Sanogo/AFP)

RCA: "Os primeiros sinais de alerta de genocídio estão aí" (Issouf Sanogo/AFP)

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AFP

Publicado em 7 de agosto de 2017 às 18h33.

Os novos enfrentamentos na República Centro-africana são sinais de alerta de um genocídio, disse na segunda-feira o chefe de ajuda da ONU, que pediu o envio de mais soldados e policiais para reforçar a missão de paz no país.

Cerca de 180 mil pessoas foram expulsas de seus lares este ano, elevando o número total de deslocados na República Centro-africana (RCA) a mais de meio milhão de pessoas, disse Stephen O'Brien.

"Os primeiros sinais de alerta de genocídio estão aí", afirmou em uma reunião da ONU, após sua viagem recente à RCA e à República Democrática do Congo.

"Devemos agir agora, não reduzir o esforço da ONU e rezar para que não vivamos para nos arrependermos", acrescentou.

O'Brien avaliou que é hora de autorizar um aumento no número de soldados e policiais que servem na missão da ONU no pais, conhecida como MINUSCA, para permitir que esta "cumpra seu mandato crítico de proteção".

O chefe da ONU para a manutenção da paz, Jean-Pierre Lacroix, disse na semana passada que estava considerando enviar uma petição ao Conselho de Segurança de reforços para a MINUSCA.

A RCA, uma das nações mais pobres do mundo, é cenário de uma guerra entre milícias muçulmanas e cristãs desde 2013, quando o presidente François Bozizé foi deposto por uma coalizão de grupos rebeldes de maioria muçulmana, chamada Seleka.

Estes acontecimentos provocaram parte da violência sectária mais sangrenta da história do país, já que milícias cristãs buscaram vingança.

As Nações Unidas têm 12.350 efetivos no terreno para ajudar a proteger os civis e apoiar o governo do presidente Faustin-Archange Touadera, eleito no ano passado.

A metade da população do país, de 2,4 milhões de habitantes, precisa de ajuda alimentar para sobreviver, disse O'Brien. O país também abriga meio milhão de refugiados.

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