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Da Redação
Publicado em 8 de janeiro de 2013 às 21h56.
Genebra - Cerca de 1 milhão de sírios vão passar fome devido à dificuldade na entrega de mantimentos em zonas de conflito e ao fato de que as poucas agências humanitárias autorizadas pelo governo a operar estão sobrecarregadas, disse a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira.
O Programa Mundial de Alimentos (PMA, uma agência da ONU) está distribuindo rações a cerca de 1,5 milhão de pessoas por mês na Síria, ainda abaixo dos 2,5 milhões considerados em situação de necessidade, segundo a porta-voz da agência, Elisabeth Byrs.
O pão e os combustíveis estão particularmente escassos, mas o PMA disse ter obtido uma "permissão especial" do governo para importar combustível do Líbano e usá-lo em caminhões que distribuem ajuda na Síria.
O PMA está incapacitado de aumentar a assistência devido à dificuldade em alcançar algumas áreas inseguras. Poucas agências humanitárias estão autorizadas a distribuir produtos essenciais, e algumas enfrentam falta de funcionários, combustíveis e outros recursos.
"Nosso principal parceiro, o Crescente Vermelho, está sobrecarregado e não tem mais capacidade para se expandir", disse Byrs a jornalistas em Genebra, na Suíça.
Mais de 60 mil pessoas já morreram em 21 meses de conflito entre as forças do presidente sírio, Bashar al-Assad, e rebeldes que tentam derrubá-lo.
A piora nas condições de segurança levou o PMA a retirar seus funcionários das cidades de Homs, Aleppo, Tartous e Qamisly, segundo Byrs.
Longas filas para comprar pão são atualmente normais em muitos lugares da Síria e há escassez de farinha de trigo na maior parte do país devido a danos nos moinhos, localizados principalmente na conflagrada região de Aleppo, disse a porta-voz.
A entrega de alimentos foi adiada por causa da insegurança, e os navios agora precisam usar o porto libanês de Beirute, em vez do porto sírio de Tartous, acrescentou ela.
A ONU fez no mês passado um apelo por doações de 1,5 bilhão de dólares para ajudar milhões de sírios que enfrentam uma situação humanitária que a entidade disse estar se deteriorando rapidamente.
Estima-se que 4 milhões de pessoas precisem de ajuda humanitária urgente, incluindo estimados 2 milhões que precisaram fugir das suas casas.
O número de refugiados sírios registrados em países vizinhos saltou de 500 mil para quase 600 mil no último mês, segundo dados da ONU.