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ONU teme aumento da violência na Venezuela pós-Constituinte

O chefe da ONU insiste em que a crise venezuelana não pode ser resolvida "pela imposição de medidas unilaterais"

ONU: pediu às autoridades venezuelanas "o fim imediato do uso excessivo da força contra os manifestantes" (Ueslei Marcelino/Reuters)

ONU: pediu às autoridades venezuelanas "o fim imediato do uso excessivo da força contra os manifestantes" (Ueslei Marcelino/Reuters)

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AFP

Publicado em 8 de agosto de 2017 às 14h11.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, expressou nesta terça-feira (8) preocupação com a possibilidade de que a Venezuela esteja se distanciando da paz, após a instalação da Assembleia Constituinte, repudiada pela oposição.

"Guterres está preocupado com que os recentes acontecimentos na Venezuela possam levar a uma escalada maior das tensões e distanciar o país do caminho que conduza a uma solução pacífica de seus desafios", afirmou seu porta-voz, Stéphane Dujarric, em um comunicado.

O chefe da ONU insiste em que a crise venezuelana não pode ser resolvida "pela imposição de medidas unilaterais" e pede ao governo de Nicolás Maduro e à oposição que retomem as negociações.

Hoje, em Genebra, a ONU denunciou o "uso generalizado e sistemático da força excessiva", assim como de "torturas", durante os protestos na Venezuela. Também responsabilizou as forças de segurança e as milícias pró-governo pela morte de pelo menos 73 manifestantes.

"As entrevistas realizadas a distância (...) sugerem que tem acontecido na Venezuela um uso generalizado e sistemático de força excessiva e detenções arbitrárias contra os manifestantes", declarou o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al Hussein, em um comunicado.

"Milhares de pessoas foram detidas arbitrariamente. Muitas delas foram vítimas de maus-tratos e inclusive de torturas", completa o texto.

Como as autoridades da Venezuela vetaram o acesso dos investigadores da ONU ao país, Zeid solicitou a uma equipe de especialistas em direitos humanos que fizesse 135 entrevistas a distância com vítimas e familiares, além de testemunhas, jornalistas, advogados, médicos e um funcionário da Procuradoria Geral.

O alto comissário pediu às autoridades venezuelanas "o fim imediato do uso excessivo da força contra os manifestantes, que cessem as detenções arbitrárias e libertem todas as pessoas que foram detidas arbitrariamente".

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