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ONU questiona política migratória dos EUA sobre maus-tratos

Comitê questionou a política migratória americana, principalmente no que se refere ao tratamento dado a milhares de imigrantes ilegais menores de idade

Policial patrulha a fronteira no deserto do Texas contra a entrada de imigrantes ilegais (REUTERS / Eric Thayer)
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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2014 às 12h31.

Genebra - O Comitê da ONU Contra a Tortura questionou nesta quarta-feira a política migratória nos Estados Unidos , principalmente no que se refere ao tratamento dado às dezenas de milhares de imigrantes ilegais menores de idade.

Entre hoje e quinta-feira, o Comitê analisará se os EUA cumprem desde 2006 os acordos feitos na Convenção contra a Tortura e Outros Tratos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes.

Um dos dois relatores, Alessio Bruni, definiu como uma "situação dramática" o que ocorre com os "68 mil imigrantes menores de idade presos e que vêm principalmente de El Salvador, Guatemala, Honduras e México e que entraram nos EUA tentando fugir de uma vida de violência e abusos".

"Além disso, não entendo porque há outras 68 mil famílias imigrantes presas nos centros de detenção, não havia outro jeito de mantê-las?", questionou Bruni.

O especialista pediu à delegação americana que forneça informações mais detalhadas sobre todas as pessoas retidas, assim como o número dos que foram expulsos imediatamente após serem detidos.

O segundo relator, Jens Modvig, perguntou sobre as denúncias de abusos sexuais a menores nos centros de detenção e pediu dados a respeito da situação.

A especialista Sapana Pradhan-Malla questionou sobre as investigações sobre funcionários dos centros de detenção por suposto abuso sexual a imigrantes e quantos processos a situação já resultou.

George Tugushi, que ocupou o posto de presidente devido à abstenção do titular Claudio Grossman, que mora nos Estados Unidos, perguntou por que os imigrantes são submetidos a uma "prisão longa e, às vezes, indefinida".

"Por que não há uma individualização para analisar os casos conforme a lei e por que não se busca alternativas à prisão?", questionou.

Sobre a prisão de Guantánamo, em Cuba, os especialistas questionaram por que o centro de detenção continuava aberto com presos sem serem submetidos a julgamento e sem acesso aos direitos fundamentais de qualquer cidadão.

Assistente jurídica do governo americano, Mary Mcleod afirmou em discurso inicial que o Executivo já havia esclarecido que a Convenção sobre a Tortura e Tratos degradantes ou desumanos se aplicava inclusive em tempos de guerra.

Bruni solicitou dados concretos sobre o estado de todos o réus, mais especificamente sobre se os suspeitos não processados têm as mesmas garantias judiciais que os outros.

Ambos os relatores questionaram sobre a alimentação forçada a presos de Guantánamo, algo que todas as instâncias da ONU repudiam, e por que os presos não têm direito a atendimento médico independente.

Os especialistas perguntaram que garantias são concedidas pelo governo aos presos transferidos a outros países para que não sejam torturados.

O governo também foi questionado sobre o motivo de negar que o relator da ONU sobre a Tortura visite Guantánamo para conversar individualmente com os presos.

Outro dos assuntos em pauta foi saber se foram feitas investigações e processos contra funcionários civis e militares responsáveis por maus-tratos e torturas.

Também houve perguntas sobre o uso de armas elétricas e as possíveis 600 mortes que causaram; sobre os abusos do clero; e sobre abusos cometidos contra a comunidade transexual, entre outros.

Os especialistas também perguntaram sobre os maus-tratos sofridos pelos réus condenados a morte, tanto durante os anos que passados no corredor da morte, como durante a execução, e sugeriram o estabelecimento de uma moratória para a pena de morte .

São Paulo – A Letônia é o país que tem as piores condições para receber imigrantes , segundo o índice MIPEX, produzido em parceira entre o British Council e a organização europeia para políticas de imigração Migration Policy Group, revisado periodicamente. O ranking avaliou países europeus, o Canadá e os Estados Unidos. Recentemente, a pesquisa também incluiu o Japão (que ficou em 29º lugar do ranking) e a Austrália (que figurou em quinto lugar). Foram analisados 33 países no total e, por conta desta metodologia, nenhum país da América Latina apareceu no ranking. O estudo aplicou uma nota de até 100 para sete áreas principais: mobilidade no mercado de trabalho, possibilidade de reunir a família no país, educação, participação do imigrante na política, residência de longo prazo, acesso à nacionalidade e políticas contra discriminação. Nenhuma nação alcançou a nota máxima. Confira nas fotos ao lado e confira os piores países para ser imigrante segundo a classificação geral, além da nota em cada um dos critérios estudados.
  • 2. 33º) Letônia – 31 pontos

    2 /12(Wikimedia Commons)

  • Veja também

    Mobilidade no mercado de trabalho: 36
    Possibilidade de reunir a família: 46
    Residência de longo prazo: 59
    Políticas contra discriminação: 25
    Participação política: 18
    Acesso à nacionalidade: 15
    Educação: 17
  • 3. 32º) Chipre – 35 pontos

    3 /12(Getty Images)

  • Mobilidade no mercado de trabalho: 21
    Possibilidade de reunir a família: 39
    Residência de longo prazo: 37
    Políticas contra discriminação: 59
    Participação política: 25
    Acesso à nacionalidade: 32
    Educação: 33
  • 4. 31º) Eslováquia – 36 pontos

    4 /12(Wikimedia Commons)

    Mobilidade no mercado de trabalho: 21
    Possibilidade de reunir a família: 53
    Residência de longo prazo: 50
    Políticas contra discriminação: 59
    Participação política: 21
    Acesso à nacionalidade: 27
    Educação: 24
  • 5. 30º) Malta – 37 pontos

    5 /12(Wikimedia Commons)

    Mobilidade no mercado de trabalho: 43
    Possibilidade de reunir a família:
    48
    Residência de longo prazo:
    64
    Políticas contra discriminação:
    36
    Participação política:
    25
    Acesso à nacionalidade:
    26
    Educação:
    16
  • 6. 29º) Japão – 38 pontos

    6 /12(Kiyoshi Ota/Getty Images)

    Mobilidade no mercado de trabalho: 62
    Possibilidade de reunir a família:
    51
    Residência de longo prazo:
    58
    Políticas contra discriminação:
    14
    Participação política:
    27
    Acesso à nacionalidade:
    33
    Educação:
    19
  • 7. 28º) Lituânia – 40 pontos

    7 /12(Wikimedia Commons)

    Mobilidade no mercado de trabalho: 46
    Possibilidade de reunir a família:
    59
    Residência de longo prazo:
    57
    Políticas contra discriminação:
    55
    Participação política:
    25
    Acesso à nacionalidade:
    20
    Educação:
    17
  • 8. 27º) Bulgária – 41 pontos

    8 /12(Wikimedia Commons)

    Mobilidade no mercado de trabalho: 40
    Possibilidade de reunir a família: 51
    Residência de longo prazo: 57
    Políticas contra discriminação: 80
    Participação política: 17
    Acesso à nacionalidade: 24
    Educação: 15
  • 9. 26º) Polônia – 42 pontos

    9 /12(Wikimedia Commons)

    Mobilidade no mercado de trabalho: 48
    Possibilidade de reunir a família: 67
    Residência de longo prazo: 65
    Políticas contra discriminação: 36
    Participação política: 13
    Acesso à nacionalidade: 35
    Educação: 29
  • 10. 25º) Áustria – 42 pontos

    10 /12(Getty Images)

    Mobilidade no mercado de trabalho: 56
    Possibilidade de reunir a família: 41
    Residência de longo prazo: 58
    Políticas contra discriminação: 40
    Participação política: 33
    Acesso à nacionalidade: 22
    Educação: 44
  • 11. 24º) Suíça – 43 pontos

    11 /12(Mike Hewitt/Getty Images)

    Mobilidade no mercado de trabalho: 53
    Possibilidade de reunir a família: 40
    Residência de longo prazo: 41
    Políticas contra discriminação: 31
    Participação política: 59
    Acesso à nacionalidade: 36
    Educação: 45
  • 12. Agora veja a ponta contrária do ranking

    12 /12(Sean Gallup/Getty Images)

  • Acompanhe tudo sobre:Direitos HumanosEstados Unidos (EUA)ImigraçãoONUPaíses ricos

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