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ONU pode eleger uma mulher como vice-secretária

Durante sua campanha, Guterres deu como certa a nomeação de uma mulher, pois em sua opinião é "fundamental a paridade de gênero"


	ONU: a aprovação de Guterres como secretário-geral deve ocorrer na semana que vem
 (Mike Segar/Reuters)

ONU: a aprovação de Guterres como secretário-geral deve ocorrer na semana que vem (Mike Segar/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2016 às 17h27.

Uma mulher poderá ser eleita como vice-secretária da Organizações da Nações Unidas (ONU), após a eleição do português António Guterres como próximo secretário-geral. A aprovação deve ser feita na semana que vem pela Assembleia Geral. As informações são da Agência Ansa.

A expectativa de que fosse uma mulher que ocuparia o cargo máximo da diplomacia internacional se perdeu, quando foi divulgada a informação sobre o acordo dos membros do Conselho de Segurança para eleger Guterres.

A decisão pela escolha do ex-primeiro-ministro de Portugal, que também foi líder do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, confirmou que um homem sucederá o sul-coreano Ban Ki-moon, no cargo desde 2007, enquanto uma mulher poderá ocupar o cargo de vice-secretária.

Durante sua campanha, Guterres deu como certa a nomeação de uma mulher, pois em sua opinião é "fundamental a paridade de gênero" nas Nações Unidas.

Ban Ki-moon

Em reunião ontem (6) com o presidente da itália, Sergio Mattarella, Ban Ki-moon elogiou a escolha do português. "Saudações a António Guterres por sua nomeação. Eu o conheço bem e considero uma eleição magnífica", comentou o atual responsável pela entidade.

Já Matarella disse que "a extraordinária experiência internacional em apoio aos mais fracos de Guterres será a maior garantia para a confirmação da herança de Ban Ki-moon".

Guterres, veterano na política e na diplomacia, primeiro-ministro de Portugal entre 1995 e 2002 e líder do Alto Comissariado para Refugiados de 2005 a 2015, assumirá o cargo em primeiro de janeiro de 2017 e seguirá seu mandato até 31 de dezembro de 2021.

"Era o melhor candidato e isso foi considerado de maneira unânime como a coisa mais importante", declarou Vitaly Churkin, embaixador russo e presidente de turno dos 15 representantes do Conselho de Segurança.

Processo transparente

O secretário-geral eleito se definiu como um "honesto mediador, um construtor de pontes e uma pessoa que busca criar as condições para o consenso".

"Para descrever o que sinto com este momento me faltam palavras. Gratidão e humildade", comentou Guterres, de 67 anos, em uma videoconferência em Lisboa.

"Minha gratidão ao Conselho de Segurança, por sua confiança, à Assembleia Geral e aos Estados-membros pelo processo de seleção aberto e transparente", afirmou o político português.

Guterres também se disse "comovido" ao ver unidade no organismo da ONU. "Unidade e consenso são absolutamente indispensáveis para que o Conselho de Segurança enfrente os desafios de nosso tempo, porém se necessita de humildade para reconhecer os desafios atuais e para servir aos povos, sobretudo aos mais vulneráveis, como as vítimas dos conflitos e da pobreza", conclui ele.

Sua experiência o colocou como o favorito desde o primeiro voto preliminar do Conselho de Segurança, porém havio o receio de que Moscou vetasse a indicação. A Rússia pressionava a entidade para eleger um candidato do leste europeu.

Além disso, as tensões entre Estados Unidos e Rússia poderiam causar um processo longo e complexo. Por isso, o resultado, que elegeu Guterres com rapidez e de modo unânime, foi uma surpresa para muitos.

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