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ONU planeja votar nova condenação contra Assad

O texto, que circulou nesta terça entre os Estados-membros, será uma nova condenação contra Damasco por parte da Assembleia Geral

Homem anda sobre destroços após ataque na Síria: O documento rejeita ''toda a violência, independente de onde venha'' (Umit Bektas / Reuters)

Homem anda sobre destroços após ataque na Síria: O documento rejeita ''toda a violência, independente de onde venha'' (Umit Bektas / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2012 às 20h09.

Nações Unidas - A Assembleia Geral da ONU planeja votar nesta quinta-feira uma resolução sobre a Síria apresentada pelos países árabe, que condena as graves violações dos direitos humanos e o uso de armamento pesado por parte do regime de Bashar al Assad, ao mesmo tempo que pede o início da transição no país.

Fontes diplomáticas detalharam que a delegação da Arábia Saudita defenderá o texto no plenário da ONU, onde as resoluções não são vinculativas, porém não podem ser vetadas por nenhum país.

O texto, que circulou nesta terça entre os Estados-membros, será uma nova condenação contra Damasco por parte da Assembleia Geral, que já votou resoluções sobre a Síria em outras ocasiões.

O documento rejeita ''toda a violência, independente de onde venha'', mas apresenta uma ''enérgica condenação'' contra as autoridades sírias, acusadas de uso crescente ''de armamento pesado, incluindo o bombardeio indiscriminado com tanques e helicópteros, sobre núcleos de população''.

O texto também acusa Damasco de não ter retirado suas tropas das ruas como pediu o Conselho de Segurança em várias ocasiões, e denuncia que o exército e as milícias pró-governo cometem ''sistemáticas e graves violações dos direitos humanos e das liberdades fundamentais''.

A resolução reconhece que o primeiro passo para o fim da violência deve ser dado pelas autoridas sírias e pede também o início de ''uma transição política sem exclusões, liderada pelos sírios e que conduza a um sistema político democrático e plural''.


Por isso, incentiva o governo e ''todo o espectro da oposição'' para iniciar ''um diálogo político sério''. ''Um rápido avanço para uma transição política representa a melhor oportunidade para resolver a situação na Síria pacificamente'', ressalta o texto.

Em fevereiro, o plenário da ONU aprovou uma resolução parecida que condenou o governo sírio pelos ataques contra a população. Votaram a favor 137 países, enquanto 12 foram contra: Rússia, China, Irã, Belarus, Zimbábue, Coreia do Norte, Cuba, Nicarágua, Venezuela, Equador, Bolívia e Síria.

O novo projeto de resolução também expressa a ''grave preocupação'' dos países da ONU perante ''a ameaça da utilização de armas químicas ou biológicas'', ameaça lançada pelo regime de Assad há poucos dias no caso de uma intervenção estrangeira no país.

O presidente do Conselho de Segurança, o colombiano Néstor Osorio, expressou nesta terça-feira a preocupação existente diante da ameaça e condenou as palavras das autoridades de Damasco.

''Todos os membros da comunidade internacional estão extremamente preocupados diante da possibilidade de que se usem armas de destruição massiva, armas químicas, e que estas se transportem de um lugar a outro'', reconheceu Osorio em sua última aparição como presidente antes que a França assuma a presidência rotativa do órgão na quarta.

O diplomata latino-americano assegurou que os 15 membros do Conselho têm que estar ''muito atentos'' diante de uma ameaça que ''todos condenamos nos termos mais enérgicos''.

A resolução de quinta-feira na Assembleia Geral lamenta além disso ''o fracasso do Conselho de Segurança em estipular medidas que garantam o cumprimento de suas decisões por parte das autoridades sírias''. 

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