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ONU pede que Europa não demonize refugiados por ataques

A Organização se diz preocupada com o aumento do medo e da xenofobia com os refugiados


	Refugiados em Paris: a Organização se diz preocupada com o aumento do medo e da xenofobia com os refugiados
 (AFP / Joel Saget)

Refugiados em Paris: a Organização se diz preocupada com o aumento do medo e da xenofobia com os refugiados (AFP / Joel Saget)

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Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2015 às 13h33.

Genebra - A Organização das Nações Unidas (ONU) exortou países europeus nesta terça-feira a não reagirem aos ataques de sexta-feira em Paris rejeitando ou culpando refugiados, a grande maioria dos quais está fugindo de perseguições ou conflitos.

“Estamos preocupados que alguns Estados reajam encerrando programas em implementação, voltando atrás em compromissos assumidos para administrar a crise de refugiados (ou seja, realocá-los) ou propondo a construção de mais barreiras”, disse a principal porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Melissa Fleming.

“Estamos profundamente perturbados com a linguagem que demoniza os refugiados como grupo. Isto é perigoso, já que irá contribuir para a xenofobia e o medo”, acrescentou.

Ela afirmou que o Acnur está muito preocupado com o “ainda não confirmado” relato de que um dos autores dos ataques em Paris pode ter entrado na Europa em meio ao fluxo de refugiados.

A melhor reação seria aprimorar de imediato os procedimentos de triagem na Grécia e na Itália e implementar o plano da União Europeia para realocar 160 mil refugiados.

“Acreditamos que, se isso tivesse sido feito desde o início, jamais teríamos visto em nossas telas essas imagens de pessoas atravessando toda a Europa. Não teria resolvido, mas teria ajudado muito a administrar (o problema)”.

Indagada se o Acnur alertou para o risco de que um influxo de refugiados mal gerido poderia permitir que militantes se infiltrassem no continente, Melissa respondeu que a entidade avisou, em termos gerais, da importância da devida triagem.

O porta-voz de direitos humanos da ONU, Rupert Colville, afirmou que o maior grupo de pessoas sofrendo nas mãos dos militantes do Estado Islâmico são muçulmanos da Síria e do Iraque.

“Se for permitido que esse ataque alimente a discriminação e o preconceito, estará caindo como uma luva para o Estado Islâmico”, disse. “Será que vamos fazer o trabalho deles por eles? Está claro que demonizar comunidades já marginalizadas é uma maneira estúpida de se agir”.

Joel Millman, porta-voz da Organização Internacional para as Migrações (OIM), disse que, de cerca de 1,1 milhão de pessoas que foram à Europa nos últimos anos, no máximo algumas poucas despertaram dúvidas a respeito de possíveis elos com o extremismo.

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