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ONU pede que empresas pressionem por acordo climático

Para a organização, há poucas possibilidades de um acordo para reduzir as emissões, a menos que as empresas pressionem os governos

A diretora da Convenção sobre o Clima da ONU, Christiana Figueres nas negociações de Durban: "só acontecerá se for de baixo para cima, se o setor privado participar" (Alexander Joe/AFP)

A diretora da Convenção sobre o Clima da ONU, Christiana Figueres nas negociações de Durban: "só acontecerá se for de baixo para cima, se o setor privado participar" (Alexander Joe/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de janeiro de 2012 às 15h17.

Davos - Há poucas possibilidades de um acordo para reduzir as emissões de gases que provocam o aquecimento global, a menos que as empresas pressionem os governos, alertou nesta quinta-feira, no Fórum Econômico Mundial de Davos, a diretora da Convenção sobre o Clima das Nações Unidas, a costa-riquense Christiana Figueres.

"Apesar de os governos terem dito em Durban 'sim, vamos dedicar os próximos três anos para negociar e estabelecer para 2015 um acordo legalmente vinculante', sejamos claros: isso não vai acontecer", disse Figueres.

"Isso não vai acontecer da perspectiva de cima para baixo. Só acontecerá se for de baixo para cima, se o setor privado participar".

"A menos que se faça isso de baixo, a menos que haja uma forte pressão dos consumidores, do setor privado, da sociedade civil aos governos para que digam sim, é isso que queremos, como seres humanos é o que queremos, não vai acontecer, porque é grande demais", alertou.

A maratona de negociações de dezembro desembocou em um amplo consenso para selar um novo acordo para 2015 a fim de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, que causam o aquecimento do planeta.

As empresas não se livrarão do aquecimento global e de seus efeitos sobre o clima, advertiu Figueres, lembrando que as recentes inundações em Bangcoc causaram "a redução de 25% da produção mundial de componentes de computadores".

"Se isso não é um exemplo do quanto estamos interconectados, como os governos e o setor privado precisam trabalhar juntos, não há nenhum outro exemplo mais convincente", disse.

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