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ONU pede a países redução de CO2 para cumprir meta de Cancún

As promessas atuais de redução das emissões de gases estufa chegam a apenas 60 por cento do que é necessário para limitar a alta das temperaturas a 2 graus Celsius

Em Cancún, os governos acordaram um novo fundo para fiscalizar 100 bilhões de dólares de ajuda anual a países em desenvolvimento a partir de 2020. (Getty Images/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2010 às 21h10.

Oslo - A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu nesta segunda-feira que os governos mundiais se apressem a fazer reduções maiores em suas emissões de gases estufa, afirmando que, se isso não for feito, o mundo vai ultrapassar o limite de aquecimento global acordado este mês no México.

O Secretariado da ONU para as Mudanças Climáticas pediu que os países discutam os detalhes de novos acordos fechados em 11 de dezembro nas negociações em Cancún que envolveram 190 países, como o "Fundo Climático Verde" para ajudar países pobres.

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"Todos os países, mas em especial os industrializados, precisam aprofundar seus esforços de redução de emissões, e precisam fazê-lo rapidamente", disse em comunicado a chefe do Secretariado, Christiana Figueres.

Ela falou que as promessas atuais de redução das emissões de gases estufa chegam a apenas 60 por cento do que é necessário para limitar a alta das temperaturas a 2 graus Celsius, o nível acordado no México para evitar mudanças mais perigosas no clima mundial.

A conferência do México pediu que os países apresentem listas formais de suas reduções de emissões, muitas delas já feitas sob um acordo não obrigatório fechado em 2009 numa cúpula em Copenhague.

Ela pediu ideias sobre como as listas poderiam ser completadas até 28 de março de 2011, mas não definiu um prazo final fixo para isso. Um problema é que muitos países têm condições, que não são claras, vinculadas a suas promessas nacionais para o combate ao aquecimento global.

O Japão, por exemplo, está oferecendo reduzir suas emissões em 25 por cento até 2020 em relação aos níveis de 1990, como parte de um pacto futuro envolvendo o que afirma que terão que ser metas "ambiciosas" de todas as grandes economias, como China e Índia.

Os Estados Unidos prometeram cortes de 3 a 4 por cento nas emissões dos EUA até 2020 em relação aos níveis de 1990, dependendo da aprovação de uma legislação no país. No entanto, isso não mais será possível após a vitória nas eleições parlamentares dos republicanos, que rejeitam a adoção de medidas mais duras.

A conferência de Cancún ajudou a recolocar as negociações climáticas da ONU nos trilhos, depois de Copenhague não ter conseguido acordar um novo tratado da ONU para evitar mais enchentes, ondas de calor, avalanches ou subida do nível dos mares.


Figueres elogiou o acordo fechado em Cancún, mas disse que ele "precisa ser implementado o mais rapidamente possível e precisa ser acompanhado por sistemas de responsabilidade dignos de crédito, que ajudem a mensurar os progressos reais".

Em Cancún, os governos acordaram medidas como a criação de um novo fundo para ajudar a fiscalizar 100 bilhões de dólares de ajuda anual a países em desenvolvimento a partir de 2020, um novo mecanismo para reduzir o desmatamento e maneiras de ajudar países pobres a adaptar-se aos impactos das mudanças climáticas.

O acordo amplia muitos dos elementos do Acordo de Copenhague, não obrigatório, fechado entre 140 países em 2009, para que se torne um pacto de base mais ampla. A Bolívia foi o único país a fazer críticas acirradas ao acordo de Cancún, dizendo que é insuficiente para desacelerar as mudanças climáticas.

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