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ONU pede a México investigação de violência em protesto

O Alto Comissariado para os Direitos Humanos pediu investigação independente sobre a violência que deixou 10 mortos e mais de uma centena de feridos em Oaxaca


	Protesto de professores no México contra reforma da educação
 (Edgard Garrido / Reuters)

Protesto de professores no México contra reforma da educação (Edgard Garrido / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2016 às 19h25.

O Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU pediu uma investigação independente sobre a violência que deixou 10 mortos e mais de uma centena de feridos em Oaxaca, sudeste do México, durante um protesto de professores que se opõem a uma reforma educacional.

O governo, entretanto, anunciou um diálogo com os docentes, mas advertiu que manterá sua reforma.

Nesta terça-feira, o Alto Comissariado condenou em um comunicado a violência e assinalou que o uso da força como último recurso por parte dos agentes de segurança pública deve "sujeitar-se aos princípios de razoabilidade e proporcionalidade, evitando violações ao direito à vida e integridade física".

O texto recordou a pertinência de contar com uma "lei geral sobre o uso da força que seja aplicável a todas as forças de segurança" e pediu uma "investigação independente, pronta, exaustiva e imparcial" dos atos de violência.

No domingo, no povoado de Nochixtlán de Oaxaca ocorreu uma confusão, com troca de disparos, depois que 800 policiais federais e estatais desmontaram bloqueios de estradas que era mantida pelos membros da beligerante Coordenadoria Nacional de Trabalhadores da Educação (CNTE) e seus simpatizantes, que se opõem à reforma educacional impulsionada pelo presidente Enrique Peña Nieto.

Segundo as autoridades, oito pessoas morreram em Nochixtlán, sete deles feridas por balas, além de outras quando um artefato explosivo foi acionado.

Segundo o comissionado da Polícia Federal, Enrique Galindo, os agentes de segurança pública chegaram sem armas ao protesto civil, mas tiveram que retornar armados após serem aguardados por cerca de 2.000 pessoas "radicais", algumas deles armadas.

O governo federal anunciou na segunda-feira (20) uma investigação para determinar se algum dos mortos em Nochixtlán haveria sido vítima de balas policiais.

A Polícia Federal reconhece que os disparos não vieram dos professores, enquanto a CNTE os atribui aos "infiltrados", acusando os policiais de "dispararem sem piedade".

Outros dois homens, entre eles um jornalista gráfico que captou imagens de roubos em outro protesto, foram mortos a tiros por desconhecidos no povoado de Juchitán.

O governo anunciou em um comunicado que na quarta-feira haverá um encontro com a CNTE que será comandado pelo secretário de Governo (Interior) e terá o objetivo de "escutar as explicações e as razões" do magistério dissidente.

Busca-se "avançar na construção de soluções que permitam retornar a tranquilidade das regiões do país que se viram afetadas pelas mobilizações recentemente", disse o governo em um comunicado.

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