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ONU fornecerá alimentos a 1,4 mi de nepaleses em três meses

Organismo antecipou que será uma operação muito difícil devido à topografia montanhosa do país

Cadáveres são retirados de escombros em Katmandu: ONU antecipou que será uma operação muito difícil devido à topografia montanhosa do país (Prakash Singh/AFP)

Cadáveres são retirados de escombros em Katmandu: ONU antecipou que será uma operação muito difícil devido à topografia montanhosa do país (Prakash Singh/AFP)

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Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2015 às 09h21.

Genebra - A ONU fornecerá ajuda alimentícia a 1,4 milhão de desabrigados pelo terremoto no Nepal, longe do nível de necessidades geradas por este desastre, já que estima-se que apenas entre as crianças, 1,3 milhão precisam de assistência urgente.

"O Programa Mundial de Alimentos (o maior braço humanitário das Nações Unidas) planeja fornecer assistência humanitária nos próximos três meses a 1,4 milhão de pessoas que têm grande necessidade de alimentos. Será uma operação maciça", anunciou seu porta-voz, Elizabeth Byrs.

O organismo antecipou que será uma operação muito difícil devido à topografia montanhosa do país.

Em entrevista coletiva em Genebra de representantes das principais agências humanitárias da ONU, o porta-voz da Unicef, Christophe Boulierac, disse que as primeiras avaliações indicam que "1,3 milhão de crianças precisam de ajuda humanitária urgente".

Muitas delas, explicou, estão em povoados rurais, onde "ainda não foi realizado um balanço exato dos danos".

Em um país com 30 milhões de habitantes, 40% são menores de idade.

A agência responsável de proteção infantil se preocupa pela maneira imediata do risco de propagação de doenças relacionadas com a falta de água apta para o consumo.

A Unicef considera que as prioridades na situação de emergência vivida no Nepal são um local para os que perderam seus lares, o acesso à água potável e o reatamento das atividades educativas das crianças.

"É importante que as crianças prossigam com seus estudos, para o que é preciso fazer construções temporárias e assim encurtar ao máximo a interrupção da escolaridade", comentou Boulierac.

Além disso, Boulierac apontou que é fundamental oferecer proteção e apoio psicosocial de crianças e mulheres, levando em conta que em muitos casos estas são as mandantes de lar.

O iminente início da temporada de chuva, que se inicia em maio, mas que parece antecipar -em Katmandu estão caindo fortes precipitações nos últimos dias-, faz temer que aumentem as dificuldades para as operações de socorro.

As chuvas podem provocar mais deslizamentos de terra e impedir o trânsito do pessoal humanitário e dos caminhões com ajuda.

O Nepal é tradicionalmente um país de emigração, com muitos homens que abandonaram o país para trabalhar na Índia ou em países do Golfo Pérsico.

O representante do Escritório da Ajuda Humanitária da ONU, Jens Laerke, declarou que a situação no Nepal representa "uma corrida contra o tempo" e que a maior preocupação é a situação nas áreas habitadas que ficaram isoladas e onde se desconhece o nível de destruição e de necessidades.

A esse respeito, Byrs disse que há "pequenas comunidades provinciais, onde vivem entre 15 mil e 30 mil pessoas, das quais "não temos informação".

Cinco equipes de avaliação da ONU tentam chegar a esses lugares para avaliar a situação, indicou.

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