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ONU diz que pode haver crimes de guerra no conflito em Gaza

Alta comissária da ONU classificou como “inaceitável” que se lancem mísseis em áreas densamente povoadas


	ONU diz que pode haver crimes de guerra no conflito na Faixa de Gaza
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ONU diz que pode haver crimes de guerra no conflito na Faixa de Gaza (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2014 às 13h34.

Brasília - A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, disse hoje que as violações do direito humanitário internacional no conflito na Faixa de Gaza podem constituir crimes de guerra. Ela citou como exemplo a destruição de casas e civis mortos no conflito, incluindo muitas crianças.

"Existe uma alta possibilidade de que o direito humanitário internacional tenha sido violado, o que pode constituir crimes de guerra", disse a alta comissária ao participar de uma reunião de emergência do Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, na Suíça, solicitada pelos representantes da Palestina e países árabes para exigir o respeito ao direito internacional na região.

Os ataques das forças de Israel na Faixa de Gaza já mataram 651 palestinos, sendo 147 crianças e 74 mulheres. Do lado israelense ao menos 31 pessoas, entre elas 29 soldados morreram no conflito.

“As casas de civis não são objetivos legítimos a menos que sejam usadas com propósitos militares”, declarou Navi Pillay, que também classificou como “inaceitável” que se lancem mísseis em áreas densamente povoadas, como supostamente faz o grupo islâmico Hamas. “No entanto, a lei internacional é clara: as ações de uma parte não absolvem a outra de sua responsabilidade de respeitar suas obrigações ante a lei internacional”, ressaltou.

Presente na reunião, o embaixador israelense no Conselho de Direitos Humanos, Eviatar Manor, acusou o Hamas de cometer crimes de guerra contra os israelenses e garantiu que Israel destruirá as infraestruturas militares do grupo. “Este conselho recuperaria sua autoridade moral se condenasse inequivocamente o Hamas. Não pode apoiar uma organização que não é diferente da Al Qaeda, do Estado Islâmico, do Boko Haram, do Hezbollah e de outras organizações radicais islâmicas que negam a própria essência dos direitos humanos”, disse Manor.

Sem mencionar as mortes de crianças e mulheres, o embaixador israelense disse que seu país faz grandes esforços para “minimizar qualquer dano acidental causado aos civis”, avisando antes de bombardear, e que a culpa é do Hamas, que os usa como “escudos humanos”.

A alta comissária cobrou que os avisos sejam dados de forma clara e com tempo suficiente para que as pessoas se protejam. Navi Pillay também ressaltou que as crianças estão pagando um alto preço no conflito, e lembrou a morte de quatro menores que perderam suas vidas, na semana passada enquanto brincavam em uma praia.

Um projeto de resolução está sendo discutido e será submetido à aprovação dos participantes da reunião, condenando as violações massivas e sistemáticas dos direitos humanos durante as operações militares israelenses no território palestiniano. Os países europeus e os Estados Unidos não apoiaram a convocação da reunião de urgência da ONU.

*Com informações da Agência Télam e da Agência Lusa

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