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ONU: difamar mexicanos e muçulmanos aviva xenofobia nos EUA

O máximo representante de Direitos Humanos da ONU mostrou sua inquietação sobre as normas migratórias promulgadas pela nova administração

Protesto: o representante está preocupado "com a maneira na qual a nova Administração está tratando uma série de temas de direitos humanos" (Spencer Platt/Getty Images)

Protesto: o representante está preocupado "com a maneira na qual a nova Administração está tratando uma série de temas de direitos humanos" (Spencer Platt/Getty Images)

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EFE

Publicado em 8 de março de 2017 às 08h47.

Genebra - O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al-Hussein, advertiu nesta quarta-feira que os comentários racistas e a difamação a mexicanos e muçulmanos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, avivam os abusos xenófobos.

"A difamação de grupos inteiros como os mexicanos e os muçulmanos, e as falsas alegações de que os imigrantes cometem mais crimes do que os cidadãos dos Estados Unidos, são daninhos e avivam abusos xenófobos", afirmou Zeid na apresentação de seu relatório anual perante o Conselho de Direitos Humanos da ONU.

Zeid começou sua alocução afirmando que está preocupado "com a maneira na qual a nova Administração está tratando uma série de temas de direitos humanos".

"É necessária uma maior e mais constante liderança para responder ao recente surto de discriminação, antissemitismo e violência contra minorias étnicas e religiosas", solicitou.

Neste sentido, Zeid se mostrou "consternado" pelas tentativas do presidente Donald Trump "de intimidar jornalistas e juízes".

O máximo representante de Direitos Humanos da ONU mostrou sua inquietação pelas novas normas migratórias que estão sendo promulgadas pela nova administração de proibir a entrada durante 90 dias de cidadãos de seis países predominantemente muçulmanos.

Além disso, lamentou que o presidente americano pretenda deportar os imigrantes irregulares que residem no país, sem levar em conta os anos que estão residindo nos Estados Unidos e nem suas raízes familiares.

"Isto fará com que aumente o número de detenções, inclusive as de crianças", advertiu.

"As deportações aceleradas, sem investigações individuais, podem representar expulsões coletivas, proibidas na lei internacional", denunciou Zeid, que mostrou sua particular preocupação pelo grave impacto que podem ter nos menores de idade.

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